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Paris: Mais de 70 detidos em protestos contra reforma das pensões

Foto: Notícias ao Minuto

Pelo menos 76 foram detidas, hoje, após protestos na França contra a reforma das pensões, com os manifestantes a queimarem contentores e a erguerem barricadas. Durante a manifestação, a polícia usou gás lacrimogéneo em resposta ao lançamento de projéteis por alguns manifestantes.

Depois de as manifestações contra a reforma das pensões na praça da Concórdia e nos Campos Elísios, em Paris, terem sido proibidas pela polícia, após duas noites de protestos ensombrados por incidentes, cerca de 4.000 manifestantes deslocaram-se para a “Place d´Italie”, no sul da capital.

Naquele local, activistas sindicais e de partidos de esquerda misturaram-se com manifestantes de fora de qualquer organização. Os incidentes ocorridos levaram a pelo menos 76 detenções, segundo escreve o Notícias ao Minuto.

Várias outras manifestações, muitas delas organizadas nas redes sociais e fora dos sindicatos e partidos, realizaram-se em dezenas de cidades francesas, incluindo pequenas e médias cidades como Mulhouse.

Em Bordéus, foram incendiados caixotes do lixo numa rua central da cidade, um incêndio rapidamente extinto.

Os protestos de hoje juntaram-se às paragens parciais organizadas pelos sindicatos, que tinham conduzido dezenas de manifestações antes da controversa aprovação da reforma do sistema de pensões.

Comboios, refinarias, o sector do gás e a recolha de lixo, entre outros, foram afectados e um dos exemplos mais relevantes é a greve dos serviços de limpeza em Paris, que se prolonga há quase duas semanas, com milhares de toneladas de lixo espalhadas pelas ruas da capital.

A contestação à reforma das pensões decidida pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, tomou contornos mais radicais, com jovens activistas cansados dos cortejos semanais e prontos para endurecer a luta, após a decisão do Governo, na quinta-feira, de aprovar o texto, recorrendo ao artigo 49.3 da Constituição, que permite a adopção de um texto sem votação, a menos que seja votada uma moção de censura ao executivo.

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