O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, que vem de uma das dinastias políticas mais conhecidas do seu país, sendo filho do primeiro presidente e considerado fundador do Quénia, Jomo Kenyatta, liderou uma campanha em 2013, com discursos de anticorrupção e por mais transparência na política.
Contudo, segundo a Deutsche Welle (DW), alguns registos vazados mostram que Kenyatta e sua mãe são beneficiários de uma fundação secreta sediada no Panamá. Os “Pandora Papers” referem que outros membros da família Kenyatta, incluindo três irmãos, possuem cinco empresas offshore com activos no valor de mais de USD 30 milhões.
Os “Pandora Papers” revelam os verdadeiros proprietários de mais de 29 mil empresas offshore. Algumas delas são usadas para ocultar contas bancárias secretas, jatos particulares, iates, mansões e obras de arte de artistas como Picasso e Banksy.
Além de Kenyatta, o rei Abdullah 2º da Jordânia, por exemplo, comprou em 2011 três mansões à beira-mar por USD 68 milhões em Malibu, nos EUA, usando empresas offshore justamente quando o seu país passava pela Primavera Árabe, marcada por protestos contra a corrupção e o desemprego. Ao todo, o rei aparece ligado a 30 empresas que adquiriram 14 propriedades de luxo nos EUA e Reino Unido por mais de USD 106 milhões.
A lista dos “Pandora Papers” integra também os nomes do antigo Primeiro-ministro, Tony Blair; da artista colombiana Shakira; do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, o presidente russo Vladimir Putin, o Rei Abdullah II bin Al-Hussein da Jordânia, entre outros.
Entretanto, cerca de 35 líderes mundiais actuais e antigos ligados aos ficheiros negaram ter cometido um erro depois de terem participado numa enorme fuga de documentos financeiros de empresas offshore. Denominados os Pandora Papers, os 12 milhões de ficheiros constituem a maior fuga deste tipo na história.