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País tem 35 casos suspeitos de poliomielite que aguardam testagem

Foto: O País

Os 13 casos de poliomielite que o país tem, neste momento, resultam da testagem de 300 amostras, na primeira e segunda rondas de vacinação. Segundo o chefe de Departamento de Saúde e Vigilância do Ministério da Saúde (MISAU), Domingos Guihole, o número de casos pode aumentar, pois há mais 35 suspeitos por serem testados.

Esses casos foram detectados durante a terceira ronda de vacinação e, a cada dia que se passa, chegam de todas as províncias mais casos e de lá serão levados ao laboratório de referência na vizinha África do Sul

“Durante o processo de vacinação, quando as equipas visitam uma casa, uma das questões colocadas é saber se, naquela família, há alguma criança com antecedentes de paralisia nalgum membro, que não consegue fazer os movimentos normalmente ou que nasceu saudável e com o tempo parou de movimentar os seus membros”, explicou o médico.

Quando a resposta é positiva, os profissionais de saúde avaliam a criança e, caso reúna os critérios, é preenchida uma ficha e marca-se a data para a colheita da amostra.

Conforme explicou Guihole, grande parte dos resultados das amostras testadas são negativos para a pólio, mas isso não significa que as autoridades devem “relaxar”, pelo contrário, deve ser reforçada a vigilância para garantir que não haja a multiplicação de casos.

“Agora, estamos a trabalhar com as comunidades reforçando a mensagem de que o poliovírus pode estar a circular lá e, para em casos de qualquer suspeita, comunicarem as autoridades, pois a situação, neste momento, é preocupante”, referiu.

Vacinar toda a criança menor de cinco anos é, agora, a arma mais eficaz, mas o MISAU reforça-se também da vigilância ambiental, com a colheita de amostras de água para testagem nalguns pontos da Cidade de Maputo, Quelimane e Nampula.

Neste momento, conforme revelou o chefe de Departamento de Saúde e Vigilância, há, no país, uma equipa da “região africana” a avaliar esses locais, ver se são adequados e expandir os locais de colheita.

“Se colhermos a amostra em várias províncias, vamos perceber se temos ou não o vírus a circular e isso será bom para nós, uma vez que a transmissão do poliovírus é através da via fecal-oral. Ou seja, uma criança doente elimina nas fezes esses poliovírus e há situações em que, às vezes, são depositadas em situações inapropriadas, como num rio em que alguém pode beber aquela água, por exemplo, e assim contrair a doença”, detalhou o Guihole.

Dos 13 casos detectados no país, quatro são poliovírus selvagem, todos identificados na província de Tete, nos distritos de Moatize, Changara, Tsangano e Mágue. Os outros nove casos são de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Manica.

Esta segunda-feira, o Malawi detectou mais um caso de poliovírus selvagem e desconfia-se que seja de uma criança moçambicana.

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