Sob o lema “Bussines Digital Transformation/prepare-se ou desista”, iniciou o primeiro debate da 5ª edição da Feira MOZTECH. Com a moderação de Boaventura Mucipo, do Grupo SOICO, os painelistas falaram sobre a importância da digitalização no desenvolvimento global e do país.
O representante da embaixada sueca falou do exemplo da Suécia no processo digital, tendo referido que o seu país está na vanguard. Disse estar a ter bons resultados e mostrou disponibilidade do país em ajudar o país no que for necessário para apostar na transformação digital.
Outro painelista, o gerente de vendas tecnológicas da SACD pela Oracle Corparation, Amrith Nawoor, foi incisivo na sua abordagem em relação à transformação digital. Disse haver necessidade de se melhorar a formação, para responder a demanda da indústria tecnológica.“Precisamos investir nos jovens. Quando olhamos para os jovens, vemos uma lacuna, os curriculos não respondem a demanda da indústria”, disse e acrescentou que é preciso que a academia preparem os jovens para abraçarem o Mercado digital.
E, falando em academia, Jorge Ferrão, reitor da Universidade Pedagógica, estava na plateia e foi convidado a intervir. Ferrão começou por concordar que a academia deve estar associada ao processo de inovação. Mas apontou um constrngimento: “A academia está presa ao papel. Não conseguimos libertar-nos do papel”, disse, e deu exemplo de docents que muitas vezes não aceitam publicar no format digital, quando não o podem fazer no formato tradicional (papel).“Temos dificuldades em aceitar que podemos publicar de forma digital”, referiu.
Mas também falou dos exemplos de digitalização que a UP está a seguir, tendo apontando a inscrição de candidatos para os exams de admissão e a consulta de resultados, que tem sido através de telemóvel. Porém, voltou a apresentar constrangimentos: “O pagamento é digital e na comunicação entre o estudante e o banco, temos os hackers que pretende entrar no sistema e seguir essa comunicação entre o estudante e a banca”. Os bancos criaram formas de travar, ainda assim, acho que não estamos seguros para embarcar nesta metodologia”.
E sobre sociedades hiperconectadas, disse ser fundamental que se creiem condições para que os jovens estejam, primeiro, conectados. “Não sei como queremos estar hiperconectados sem estar conectados”, disse, em jeito de brincadeira.
Chamado também a intervir, Jorge Octávio, Administrador do Millennium bim falou das apostas, tanto digitais como nos jovens, da sua instituição como o Millennium izi. “Desenvolvemos inovações, com técnicos jovens formados em Moçambique, que permitem abrir contas sem papel”, apontou como um dos exemplos.
Ainda no âmbito da banca, Pedro Carvalho, da Barclays, disse que o desafio não só para o sector, mas para o país, é acompanhar o ritmo da transformação digital. “Temos o desafio de nos manter ao nível dos outros no desenvolvimento”
Já Fátima Arthur, Administradora do pessoal e serviços corporativos da Electricidade de Moçambique (EDM), disse que a questão da digitalização não é só necessária mas inevitável. Para Fátima, esse conceito traduz-se, falando no seu sector, em permitir, por exemplo, que se atinjam níveis aceitáveis da electrificação, que não significa necessariamnete conactar energia às casas, mas usá-la em quase todos os sectores de desenvolvimento do país.
Neste painel, os oradores destacaram ser necessário, no processo de transformação digital, que se crie um bom ambiente de negócios, um quadro legal favorável, que se aposte cada vez mais no capital humano, sobretudo os jovens e se tenha sempre em conta a questão da segurança cibernética.