É corriqueiro as eleições moçambicanas terminaram com focos de violência armada em algumas zonas da região centro de Moçambique. Parece que a história sempre se repete. De forma cíclica, depois das eleições o país passa por uma espiral de violência, onde pessoas indefesas são tiradas vidas e bens. Nisso, a pergunta vociferada nas reflexões pós-eleições é: por que realizamos eleições se os resultados eleitorais sempre empurram o país para a violência armada? Também, como blindar o povo da violência armada pós-eleitoral? Triste! Albert Einstein já dizia que Insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar obter resultados diferentes. Os ataques e assaltos armados depois das eleições já estão a virar rotina. As motivações da violência armada depois das eleições precisam ser aprofundadas pela academia em estudos muito sérios. É importante entender que a guerra aumenta a nossa crise social e entope os bolsos de um punhado de gente particularista, egoísta e não comprometida com o desenvolvendo comum.
Não é justo que as contradições eleitorais transformem os filhos desta pátria em carne-de-canhão outra vez. Depois dos acordos gerais de paz assinados em 1992, o país teve as suas primeiras eleições na sua história como país multipartidário, e a nação viveu um pouco mais de 20 anos de paz, ou seja, o fantasma de guerra não se viu durante esse tempo. A pergunta é: qual foi a fórmula magica que o ex-presidente Joaquim Chissano utilizou para manter a paz por esses longos anos? Também, por que não pedir ao Presidente Chissano essa fórmula. Não queremos ser beefsteak de ninguém.
É altura de pensarmos num Moçambique melhor, um país sem vukuvuko, temos que pensar grande. Depois do primeiro acordo geral de paz, o país teve diversificados acordos para pôr o fim as armas que não chegaram a devolver a paz perpetua para o país. Quando é que o país terá acordos que tragam uma paz consistente? Os nossos acordos não podem ser precários como os acordos dos colombianos. O clima de tensão e agressividade que a Estrada Nacional Número 1 vive, somado a tensão dos insurgentes em cabo delgado, retrai investimentos, numa altura em que o país caiu alguns degraus no ranking do doing business, que é o relatório que indica os índices sobre a facilidade de fazer negócio em determinados países.
Os partidos que estão em cisão, que procurem unir-se, pois o exercício político democrático num mercado político justo é feito com partidos organizados. Por isso os ambulantes políticos que procurem definir-se, consolidarem-se e estabelecerem-se nos seus partidos, contribuindo com suas experiências e inteligência para a vida político-democrática dos seus partidos, pois o exercício democrático não é feito com armas em punho. É importante entender que nas zonas onde há violências armadas, já se nota a existência de deslocados, ou seja, a população está a abandonar o seu património para salvaguardar a sua vida, e essas deslocações provocam a perca do ano lectivo das crianças e o atraso do desenvolvimento socioeconómico. Basta de sermos carne de canhão, vamos proteger a vida!