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OTM diz que promessa de subsídio aos passageiros é para entreter a população

Foto: O País

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique, Central Sindical (OTM-CS), diz que a promessa de compensação aos transportadores e subsídio aos passageiros é uma forma de “entreter a população” e o projecto Famba “não tem pés para andar”.

A OTM-CS pronuncia-se contra a medida anunciada pelo Governo, em resposta à paralisação dos transportes ocorrida segunda-feira última, em Maputo, numa altura em que o custo de vida no país se encontra elevado e os preços dos combustíveis e de outros produtos não param de subir.

A exigência dos representantes dos trabalhadores, na voz de secretário-geral da organização, Alexandre Munguambe, é que o Governo arranje soluções urgentes, com medidas claras e eficazes para controlar os preços de bens e serviços básicos “no lugar de entreter a população com promessas de lhes distribuir dinheiro ou criar projectos sem pés para andar – o caso do projecto “FAMBA”, da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo”, contestou Munguambe.

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique quer, ainda, a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) nos produtos de primeira necessidade, combustíveis e outros serviços básicos, até porque o salário mínimo actual está muito longe de cobrir os reais custos da cesta básica.

Só o salário mínimo mais baixo é o de 4591 Meticais, e o mais alto é o de 14 340 Meticais, valores que, segundo Munguambe, não cobrem nem 50% do custo do cabaz, que, neste momento, está avaliado em cerca de 8401 Meticais – para apenas uma pessoa.

“Para uma família padrão de cinco membros, o valor do cabaz ronda, hoje, a quase 40 000 Meticais”, sublinhou.

A priorização dos dependentes dos antigos combatentes no acesso ao emprego na função pública foi também motivo de repúdio, pois, segundo entende a fonte, o nível de desemprego no país é “muito elevado” e todos os cidadãos são iguais perante a lei, pelo que o Governo não pode promover actos que dividam a sociedade.

As portagens em estradas sem condições de transitabilidade, as irregularidades no transporte público de passageiros foram também mencionados como aspectos que põem mais deplorável a condição dos trabalhadores no país. Por estes e outros motivos, a organização pondera fazer uma greve ou manifestação pública.

“O Movimento Sindical reserva-se no direito de mobilizar uma manifestação ou greve a escala nacional, como forma de mostrar o seu repúdio ao elevado custo de vida, caso se verifique, na prática, que nada está a ser feito por quem de direito para tirar os trabalhadores, famílias e toda a população do sufoco a que estão submetidos”, destacou o chefe da OTM.

O secretário-geral da organização disse, ainda, que o estado deve assumir a sua função social e estancar o que chamou de anarquia, que se verifica no comércio nacional.

 

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