Otília Pelembe é a grande vencedora da primeira edição do concurso “Elas No Negócio”, inserido no programa Mais Mulher, uma iniciativa da Fundação Soico (FUNDASO).
A grande vencedora foi anunciada ontem, domingo, depois de sete episódios, durante os quais 10 mulheres de diferentes áreas do empreendedorismo, seleccionadas pela FUNDASO e TechnoServe e colocadas em formação, eram desafiadas a aplicar, a cada semana, as técnicas aprendidas, nos seus negócios.
Quem melhor se destacasse passava para a fase seguinte, mas quem não conseguia ficava pelo caminho.
Foi neste grupo que Otília Pelembe conseguiu destacar-se. A cada semana mostrava ao júri o seu desempenho e a capacidade que tinha de aplicar, no seu negócio, tudo o que aprendia na formação.
A proprietária de uma ferragem, com diverso tipo de material de construção, saiu do programa com o prémio de 100 mil Meticais, mas, segundo disse, o maior prémio foi a aprendizagem.
“Quando cheguei aqui, não sabia nada, só fazia negócio apenas, mas, quando as aulas começaram, fui vendo que tinha que melhorar muita coisa na minha ferragem e na relação com os clientes para poder melhorar. E é o que fiz, sempre que aprendesse algo novo, ia implementar, deu certo e vou continuar a aplicar tudo que aprendi”, celebrou a grande vencedora.
Conforme disse, o seu negócio é feito, normalmente, por homens, mas conseguiu quebrar o preconceito e, hoje, depois do programa, é espelho para muitas mulheres e a solução para o problema dos clientes.
Com os 100 mil Meticais, Otília Pelembe diz que vai aumentar o stock dos produtos e melhorar ainda mais o espaço onde trabalha.
À grande final, chegaram outras duas mulheres: Adélia Arão em segundo lugar e Luísa Faquene em terceiro.
“Não esperava que fosse chegar até aqui, saio daqui com 30 mil Meticais, mas este dinheiro não é nada ao pé do que aprendi. Sei que, com todo o conhecimento, vou multiplicar muito mais este dinheiro, pois aprendi como arrumar a minha mercadoria, como fazer as promoções, como dedicar-me e estar em frente ao cliente”, exaltou a vencedora do segundo lugar, Adélia Arão, vendedeira de artigos plásticos.
Luísa Faquene, proprietária de salão de beleza, participante mais nova, com 22 anos de idade, ficou em terceiro lugar e disse que o programa a ajudou a perceber que o género e a idade há muito que deixaram de ser barreiras.
A missão de seleccionar as que melhor implementavam o que era ensinado era do júri, com experiência na área do empreendedorismo. Diana Marques, Iva Nhaca e José Samu Gudo dizem que a tarefa não foi fácil, pois a cada programa as participantes se mostravam mais profissionais, o que dificultava o processo de selecção.
Ter um concurso apenas com mulheres foi propositado, segundo Deyzes Pereira da Techno Serve, parceira da FUNDASO.
“As mulheres foram o passado, são o presente e o futuro; elas têm um papel muito grande e a ideia desta rubrica foi de inspirar cada vez mais mulheres a entrarem para o empreendedorismo, a adoptarem as técnicas certas de negócio, para com isso elas conseguirem alcançar uma melhor receita de negócios e para que a sociedade mude a forma como vê as mulheres e o seu potencial”, referiu.
A iniciativa é da FUNDASO, que olha para trás e vê que o objectivo foi alcançado e do programa saíram bons frutos, por isso, para o futuro há novidades, conforme revelou Patrício Manjate, director-executivo da fundação.
“Existe toda abertura do lado da fundação para que este programa possa continuar; hoje fizemos com a TechnoServe, mas amanhã temos total vontade de nos juntarmos a qualquer parceiro que acredita no papel da mulher na sociedade e que acredita no contributo que esta mulher pode ter nas diversas áreas.”
Apenas três chegaram à final, mas todas outras continuaram com a formação até ao fim.