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Ossufo Momade diz que intolerância política mancha o percurso dos 30 anos do Acordo de Paz

O presidente da Renamo lamenta o facto de a intolerância política contra a oposição manchar os ganhos alcançados nos 30 anos do Acordo Geral de Paz. Contudo, Ossufo Momade espera que o DDR seja concluído ainda este ano. Vários religiosos repudiam o terrorismo, que consideram que está a minar a paz.

Para a Renamo, maior partido da oposição e um dos signatários do acordo geral de paz de 1992, nem tudo correu mal durante os 30 anos do Acordo Geral de Paz assinalados esta terça-feira.

Discursando na Praça da Paz, diante de uma multidão, incluindo o Governo, o actual líder da Renamo apontou o multipartidarismo como um dos maiores ganhos. “Temos uma Assembleia da República representativa, isto é o epicentro do debate político e ponto de convergência da nossa visão sobre que Moçambique pretendemos construir, independentemente das nossas diferenças políticas”. No tocante ao DDR, OssufoMomade disse que já foram desmobilizados 4001 ex-guerrilheiros da Renamo dos 5254 previstos. Porém, lamenta haver lentidão na sua integração na PRM e na afixação de pensões, o que pode minar a reconciliação nacional.

“Acordámos o enquadramento de 15 homens combatentes. Lamentavelmente, o processo está paralisado faz muito tempo. Outra preocupação gritante é a demora na fixação das pensões e, sem margem de dúvidas, todos esses entraves ameaçam profundamente a reconciliação e a harmonia social”.

O que também preocupa o presidente da Renamo é o que chama de interferência política nos órgãos de administração eleitoral.

“Como está a acontecer com o actual processo de selecção do director-geral do STAE”.

Entretanto, líderes religiosos, dirigentes políticos e governantes saúdam os trinta anos de paz que se assinalam no país, chamam toda a sociedade a envolver-se na preservação da paz e repudiam o terrorismo.

A Comunidade Santo Egídio desempenhou um papel relevante para o alcance da paz em Moçambique, 30 anos depois, o apelo é para o repúdio a todos os actos que possam minar o bem-estar na sociedade.

“Hoje estamos aqui reunidos e, ao celebrarmos os 30 anos do Acordo Geral de Paz, sentimos a responsabilidade da paz, a responsabilidade de não virar as costas aos nossos irmãos que, em todo o mundo, sofrem por causa da guerra e da violência causada pelo terrorismo”.

O mesmo apelo e forte condenação ao terrorismo vem de outros protagonistas religiosos da Comunidade Mahometana, Igreja Católica, assim como o negociador do Acordo Geral de Paz pela Renamo, Raul Domingos, que defendeu que “não podemos falar de uma paz efectiva enquanto o norte está a sofrer com o terrorismo. É preciso identificar as causas que permitem que moçambicanos se envolvam no terrorismo”.

A ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos aponta o diálogo e a reconciliação como elementos fundamentais para uma convivência pacífica.

Nesta celebração do dia da paz, foram premiados, em Maputo, três alunos provenientes das escolas do norte, centro e sul do país que concorreram e venceram concursos literários.

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