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Os adversários de peso que nos esperam no “Afrobasket”!

Fotos: FIBA-África

Cumprida, com sucesso, a missão em Bulawayo há que colocar já os pés bem assentes no chão. Euforia à parte! Porquanto, em Kigali, Ruanda, o nível competitivo e a qualidade dos adversários directos de Moçambique na luta pelos lugares que dão acesso ao torneio pré-olímpico (ndr: prova qualificativa para os Jogos olímpicos Paris 2024) serão completamente diferente do que a selecção nacional experimentou no torneio zonal.

Partindo na “poule position”, a super competente Nigéria, bicampeã africana, será decerto um osso duro de roer.

Argumentos: as “D’Tigress”- alcunha da selecção feminina da Nigéria- desfilaram nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.

Mais: a Nigéria domina o continente e ostenta o estatuto de tricampeã africana (conquistou a prova em 2017, em Bamako, Mali, 2019, em Dakar, Senegal, e 2021, em Yaoundé, Camarões).

Participara, para o desgosto dos moçambicanos, nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004, na Grécia, após conquistar o Campeonato Africano disputado um ano antes em Maputo. Há ainda a assinalar a presença nos mundiais de basquetebol de 2018, em Tenerife, Espanha.

Actualmente na 16ª posição no ranking da FIBA, a Nigéria conta no seu galarim com cinco campeonatos africanos de basquetebol conquistados, designadamente em 2003 (derrotou na final Moçambique por 69-63), 2005 (ano em que organizou a prova e derrotou na final o Senegal por 64-57), 2017 (voltou a sediar a prova e bateu na final o Senegal por 65-48), 2019 (voltou a levar a melhor sobre o Senegal, desta feita com vitória por 60-55) e 2021 (ano em que venceu o Mali na final por 70-59). Quem são, afinal, as suas principais estrelas? Adaora Elonu, MVP do Afrobasket 2021, e Ezine Kalu, melhor jogadora da prova em 2019.

Quarto classificado do último “Afrobasket” com saldo de três vitórias e duas derrotas, o Senegal é seguramente um adversário a ter em conta na luta por vagas no pré-olímpico. Detentoras de mais números de títulos, num total de onze, as senegalesas já dominaram o panorama do basquetebol africano. O seu primeiro título foi em 1974, ano em que derrotaram na final a anfitriã Tunísia por 47-44. Seguiram-se três títulos consecutivos entre 1977, 1979 e 1981 antes de perder o trono para o ex-Zaire, uma potência na altura.

SENEGAL: ONZE VEZES CAMPEÃO AFRICANO

Mas o Senegal viria a recuperar o trono em 1984, tendo depois açambarcado o troféu em 1990, 1993, 1997, 2000, 2009 e 2015. Um dos pontos mais altos desta selecção feminina, o Senegal assegurou a presença no Mundial de Basquetebol feminino de 1975, 1979, 1990, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2018.

Há ainda a registar a presença em duas edições dos Jogos Olímpicos: 2000 e 2016, tendo em ambas edições terminado na 12ª posição. No torneio pré-olímpico de 2019, Senegal ocupou a segunda posição. Lena Niang, a evoluir no Temple University dos EUA, Bitou Ndiemé, no Tenerife da Espanha, Fatou Ndeye, e Maimuna Diara, no Campus Promete da Espanha, e Yacine Diop, que esteve no cinco ideal do “Afrobasket” 2019, são as estrelas da companhia.

 

MALI: CAMPEÃO EM 2007

Campeão africano em 2007, ano que derrotou na final o rival Senegal por 63-57, o Mali entra igualmente nas contas das selecções africanas com potencial para chegar ao torneio pré-olímpico. Na prova, a então capitã  Hamchétou Maïga  foi indicada MVP, enquanto  Diéné Diawara  saiu com título de melhor ressaltadora.

Para além de terem conquistado o título nesse ano, as malianas já conquistaram a medalha de prata em 2009 e 2009. Em quatro ocasiões, Mali levou a medalha de bronze:  1968, 2011, 2017, 2019). No Mundial de basquetebol de 2022, prova na qual participou na condição de convidada após desistência da Nigéria, as malianas ocuparam o 11º lugar com cinco derrotas em igual número de jogos.

Em 2010, numa prova que decorreu na República Checa, o Mali quedou-se na 15ª posição no Mundial com um saldo de uma vitória e quatro derrotas.

Naquela que foi a sua única participação nos Jogos Olímpicos, em 2008, terminou no 12º lugar igualmente com cinco derrotas em igual número de partidas. O cesto average foi de 255 pontos marcados e 402 sofridos. Maimuna Haidara (Tenerife, Espanha), Sika Koné (Spar Gran Canaria, Espanha), Mariam Coulibaly (Landerneau Bretagne Basket, França) são alguns dos destaques das vice-campeãs africanas.

 

CAMARAÕES, 3º CLASSIFICADO DO “AFROBASKET” 2021

Uma das grandes surpresas do “Afrobasket” 2021, a selecção nacional de basquetebol dos Camarões terminou a prova na 3ª posição após vencer o Senegal por 53-49. Feitas as contas, este conjunto venceu quatro jogos e perdeu um, neste caso a contar para às meias-finais diante do Mali por apertados 52-51. Em termos de historial de participação no “Afrobasket”, os Camarões ocuparam o 3º lugar em 1983, 1984 e 2021. Conta-se ainda o 4º lugar em 1986 e 2013. Mas a sua melhor classificação foi sem sombra de dúvidas o segundo lugar alcançado em 2015, quando organizou a prova e perdeu na final com o Senegal de Aya Traoré por 81-66. Dulcy Fankam, que evolui no South Florida Bulls dos EUA, Hermine Guotué, a jogar no Toulouse Métropole Basket da França, e  Cendra Weledji que milita no CP Miralvalle da Espanha, são os destaques.

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