Planificacão, Inovação, parcerias público-privadas e definição clara de objectivos desejados foram os pontos indicados pelos quatro membros do painel que discutiu o “Marketing e Estratégias do Desenvolvimento do Turismo”, na Conferência Internacional sobre Turismo baseado na Natureza, que decorre em Maputo, como estratégias para desenvolver o turismo.
O segundo painel desta sexta-feira foi moderado por Jillian Blackbeard, Gestora Executiva de Marketing, da Boyswana Tourism Organazation. Na sua apresentação, Blackbeard referiu que ao se pretender fazer marketing, é preciso ter um objectivo, parcerias e uma visão ampla sobre o que se pretende. “Através do marketing, podemos dinamizar o nosso turismo”, disse.
“Para fazer marketing, há uma necessidade de se fazer planificação”, começou assim a sua apresentação, Chris Seek, Presidente da Solimar International, que falou das lições aprendidas em trabalhos realizados em diferentes países do mundo.
Seek disse igualmente ser necessário analisar onde se está, o que se está a fazer, quem vê, porque vê e onde se pretende chegar.
E apontou a coordenação institucional como um método para identificar os problemas que prejudicam o desenvolvimento do turismo e também para se chegar à solução. Sobre a planificação que referiu, disse ser importante que sejam implementados. “Os planos estratégicos não devem terminar no papel”.
O sector privado é chamado a intervir neste processo, mas é importante que se tenha um modelo de turismo que preserve as áreas protegidas. Seek disse que os investidores privados podem ser convidados a criar planos (lodges, safaris e outras actividades) que gerem receitas, mas que ao mesmo tempo protejam as espécies dessas áreas.
Por outro lado, é preciso envolver as comunidades dessas áreas, para que elas possam também desenvolver com o turismo. “As concessões, os consórcios são melhores formas de gerar emprego para as comunidades que vivem nestas zonas”.
A Presidente da Adventure Travel Trade Association, Casey Hanisko, disse que sua organização actua em mais de 100 países e falou das experiências de alguns pontos onde actuam.
Para impulsionar o turismo, disse ser importante ter o conta o grupo alvo dos visitantes, saber que tipos de experiências buscam e garantir segurança, acomodação, assistência médica e acesso à infra-estruturas nos lugares de visita.
O marketing exige uma interligaçcão entre diferentes sectores, para que os visitantes se sintam bem acolhidos, pois as boas experiências criam actractividade. “Eles vão falar para as outras pessoas sobre as suas visitas”.
Já Fundisile Mketeni, Presidente da SanParks, chamou o turismo baseado na natureza de ‘nova era do turismo’ e disse ser importante conhecer a cadeia de valores e perceber todos os elementos, antes de começar a vender o produto (parques, reservas, entre outros). “O turismo é uma estratégia de conservação, as pessoas beneficiam da biodiversidade e o capital natural é um investimento para atracção de turismo”, disse.
Falou tambem da necessidade de se criar condições para atrair turistas locais, tendo apontado a criação de infra-estruturas luxuosas, que muitos procuram noutros sítios e falou de jornadas exclusivas para visitantes locais, em que podem visitar os parques a custo zero, como forma de atrai-los.
Outro ponto não menos importante, é a criação de leis que preservem o ambiente.
E em jeito de apelo aos actores do sector de turismo disse: Precisamos conhecer as nossas limitações e vantagens competitivas”.