O País – A verdade como notícia

ONU pede aos talibãs fim das execuções públicas no Afeganistão

Foto: SAPO 24

As Nações Unidas (ONU) pedem ao governo do Afeganistão para pôr fim às execuções e à realização de apedrejamentos e açoitamentos em público, que acontecem desde a subida dos talibãs ao poder.

Num relatório da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, divulgado esta segunda-feira, a ONU diz que nos últimos seis meses, 274 homens, 58 mulheres e dois meninos foram açoitados publicamente no país.

“O castigo corporal é uma violação da Convenção contra a Tortura e deve terminar”, disse a chefe de direitos humanos da Missão de Assistência da ONU, Fiona Frazer, que pediu também uma moratória imediata sobre as execuções.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros talibã disse em resposta, citada pela RTP, que as leis do Afeganistão são determinadas de acordo com as regras e directrizes islâmicas e que a esmagadora maioria dos afegãos segue essas regras.

“No caso de um conflito entre a lei internacional de direitos humanos e a lei islâmica, o governo é obrigado a seguir a lei islâmica“, afirmou o ministério, em comunicado.

“Houve um aumento significativo no número e na regularidade dos castigos corporais impostos pela justiça desde novembro”, lê-se no relatório.
Nesse mês, o principal porta-voz do governo, Zabihullah Mujahid, repetiu, na rede social Twitter, comentários do líder supremo dos talibãs, o mullah Hibatullah Akhundzada, sobre juízes e a forma como estavam a aplicar a lei islâmica.

Desde então, a Missão de Assistência da ONU documentou pelo menos 43 casos de chicotadas públicas envolvendo 274 homens, 58 mulheres e dois meninos.

O relatório diz ainda que a maioria das punições estava relacionada com condenações por adultério e “fuga de casa”. Outros supostos delitos incluíam roubo, homossexualidade, consumo de álcool, fraude e tráfico de drogas.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos