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ONG criam centros de saúde para ex-mineiros

A África Austral possui uma das maiores taxas de infecção por tuberculose no mundo com uma média de 591 casos por 100 mil habitantes em comparação com a média global de 126 casos por 100 mil pessoas.  

Como forma de reduzir a taxa de prevalência de tuberculose na região, a Associação de Mineiros Moçambicanos (AMIMO) e a rede sobre drogas e HIV/Sida (UNIDOS) implementaram em 2016 o projecto “Tuberculose no sector de mineração África do Sul (TIMS)” que surge da necessidade duma resposta coordenada para reduzir o surto da tuberculose e informar os mineiros sobre o direito à compensação.

Nesse âmbito, serão inaugurados em Dezembro dois centros de saúde ocupacionais na província de Gaza, com vista a atender exclusivamente a ex-mineiros e seus familiares. Antes mesmo da inauguração oficial, os centros já estão em funcionamento e ganham aprovação dos mineiros.

“Este programa trouxe uma abertura e conhecimento sobre os direitos do mineiro. Antes, por desconhecimento, não sabíamos que tínhamos direito à compensação nem a assistência médica, quando ficávamos doentes éramos afastados das companhias e não nos davam nenhum acompanhamento médico. Agora já temos clínicas para nos atender”, disse Ernesto Limbobo.

Pedro Mondlane, secretário-geral da AMIMO disse que, na primeira fase, foram investidos 50 mil dólares, para a segunda fase, os organizadores esperam mobilizar mais parceiros de forma a alargar a iniciativa.

Neste momento, o TIMS é implementado em dez países africanos a saber, nomeadamente, Moçambique, Botswana, Lesotho, Malawi, Namíbia, África do Sul, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.  

De referir que a tuberculose é uma é uma das doenças infecciosas mais mortíferas do mundo. Dados da OMS indicam que só em 2016 mais de 1,6 milhão de pessoas perderam a vida devido à doença e África figura na lista dos continentes mais atingidos por esta enfermidade.

A África do Sul consta na lista dos países com as taxas mais altas. Actualmente as minas sul-africanas empregam quatro milhões de pessoas e desse número 30 por cento sofrem de doenças pulmonares.

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