Os casos de cólera estão a aumentar no mundo, principalmente em África. O anúncio foi feito pela Organização Mundial da Saúde, que exorta para a produção das vacinas contra a cólera com maior urgência.
O aumento de casos da cólera em África, sobretudo nos países como República Democrática do Congo, Etiópia, Somália, Sudão, Zâmbia, Zimbabwe, Haiti e Síria tem preocupado a Organização Mundial da Saúde. Só em de 2023, a OMS registou mais de 700.000 casos da cólera, facto que é considerado como trágico, por se tratar de uma doença evitável, cujos casos vinham diminuindo nos anos anteriores.
Embora estejam a ser feitos esforços para que se aumente a higiene e o acesso à água potável em algumas regiões, factores relacionados com o clima, a insegurança económica, os conflitos e a deslocação da população têm impulsionado surtos de cólera, elevando taxas de mortalidade.
“É crucial que se invista no acesso aos cuidados de saúde e acelerar a produção adicional de doses acessíveis da vacina oral contra a cólera. Os membros do Grupo Internacional de Coordenação para a disponibilização de vacinas apelam aos governos, doadores, fabricantes de vacinas, parceiros e comunidades para que se juntem num esforço urgente para travar e inverter o aumento da cólera. É necessária uma ação imediata para travar a doença” referiu a OMS.
Outra preocupação da OMS está no número de doses de vacinas disponíveis, em comparação com o nível de necessidade actual. Entre 2021 e 2023, foram solicitadas mais doses para a resposta a surtos do que em toda a década anterior. Só em outubro de 2022, a escassez de vacinas obrigou o Grupo Internacional de Coordenação a recomendar uma dose única de vacina, em vez do anterior regime de duas doses, para além de que as campanhas de vacinação preventiva tiveram de ser adiadas para preservar as doses para os esforços de controlo dos surtos de emergência.