A OMS condena declarações racistas de que África devia ser usada para teste das primeiras vacinas contra a pandemia COVID-19. Actualmente, mais de 70 países estão a fazer investigações sobre o tratamento do coronavírus.
O director-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom, reagiu esta segunda-feira a comentários racistas de dois cientistas que numa televisão francesa disseram que as primeiras vacinas contra pandemia COVID-19 deviam ser testadas em África.
“O comentário da semana passada de alguns cientistas que disseram que o campo de teste para novas vacinas seria em África. Sinceramente, fiquei tão chocado. Isso ocorre numa altura em que disse que precisávamos de solidariedade, este tipo de comentário racista não ajuda, vai contra a solidariedade. África não pode e não será um campo de teste de vacina alguma. Vamos todos seguir as regras de teste de qualquer vacina ou terapia em todo mundo, usando as mesmas regras seja na Europa ou África ou qualquer lugar. Usaremos o mesmo protocolo e se for necessário ser testado noutro lugar, trataremos os seres humanos da mesma maneira. A ressaca duma mentalidade colonialista deve acabar, e a OMS não vai permitir isso. Foi uma desgraça e um choque ouvir em pleno séc. XXI dos cientistas este tipo de comentário. E nós condenamos isso com veemência, e asseguramos que isso não vai acontecer em áfrica, nem vai acontecer em qualquer lugar do país”.
O director-geral da OMS espera ainda esta semana anunciar mais iniciativas capazes de acelerar as pesquisas, desenvolvimento e produção das vacinas contra COVID-19, bem como mecanismos de distribuição equitativa da vacina. Mais de 70 países estão envolvidos na busca do tratamento desta doença e cerca de 20 instituições estão empenhadas no desenvolvimento duma vacina.