O País – A verdade como notícia

Olá, Kigali….aguarde por nós!

Foto: Lance Moz

Moçambique manteve, esta terça-feira, a tradição de disputar as fases finais do Campeonato Africano de Basquetebol sénior feminino. Em Bulawayo, Zimbabwe, a selecção nacional qualificou-se para o “Afrobasket” 2023 ao derrotar Angola por 90-82.

Foi sofrido, mas merecido. Depois de ter estado a perder por cinco pontos, no terceiro quarto, a selecção nacional de basquetebol sénior feminino foi buscar o resultado e, no final, arrancou uma valiosíssima vitória diante de Angola por 90 -82 carimbando, desta forma, o passaporte para o “Afrobasket” 2023.  Carlos Ibrahimo Aik, a fazer recordar o épico jogo entre o Ferroviário e o extinto ISPU, em 2006, no qual colocou Nádia Rodrigues a  “secar” a atiradora Carla da Silva, voltou a fazer uma defesa “boxe and one” para anular  Italee Lucas, base angolana. Resultou, pois claro. Tal como resultou, em algum momento, quando Anabela Cossa fez a posição 1. Mas vamos aos destaques individuais:  Ingvild “Inga” Mucauro voltou a puxar os galões de MVP para, num duelo em que quase ficávamos por terra, arrancar 32 pontos e 7 ressaltos (quatro defensivos e três ofensivos) em 40:00 minutos na quadra. Foi, de resto, totalista na finalíssima dramática, papel químico do jogo decisivo de 2013 no pavilhão do Maxaquene. Inga concretizou 9 em 17 lançamentos de campo, perfazendo uma média de 77.8% de aproveitamento e 12 em 15 lançamentos de livre (média de 80% de aproveitamento). Odélia “Mafa” Mafanela”, uma das sobreviventes da final de 2013, em Maputo, esteve igualmente em destaque com 21 pontos e quatro ressaltos durante os 38:22 minutos em que esteve na quadra. E quem mais? A base Sílvia “Naná” Veloso contribui com 18 pontos e três assistências em 27: 57 minutos na quadra.

Melhor pontuadora da equipa, Italee Lucas contabilizou 22 pontos, três ressaltos e duas assistências em 36:38 minutos em campo, tendo sido secundada por Sara Caetano que esteve muito perto de um duplo-duplo com 18 pontos e oito ressaltos.

A selecção nacional, de resto, esteve melhor que Angola (que teve um registo de 27 em 56, média de 48.2 %) nos lançamentos de campo com 32 tiros certeiros em 60 tentados (53.3%). O aproveitamento nos lançamentos na zona dos 6, 75 metros não foi dos melhores com 7 em 18 para Moçambique (38%) e  6 em 15 para Angola  (40%). À semelhança do segundo jogo da fase regular, Moçambique teve registo de uma boa percentagem na linha de lances livres com 76%, correspondentes a 19 em 25. Neste quesito, Angola não deixou a desejar: 22 em 26, uma média positiva de 86%.

Dominaram as tabelas as campeãs africanas de basquetebol de 2011 e 2013 (Angola) com 37 ressaltos, sendo 19 defensivos e 17 ofensivos. O conjunto de Carlos Ibraimo Aik colectou 24 ressaltos dos quais 14 defensivos e 10 ofensivos. Moçambique forçou Angola a cometer muitos erros e, diga-se, os 24 “turnovers” cometidos são disso espelho. A selecção nacional teve 14 perdas de bola.

Aliás, Moçambique aproveitou melhor as situações de perdas de bola para marcar 30 pontos contra 20 de Angola. Nas segundas bolas, esteve mais activa a equipa de Jaime Covilhã que contabilizou 18 pontos contra 15 das “Samurais”.

Na zona restrita, a selecção nacional marcou 48 pontos, portanto, mais dez que as angolanas. Os parciais foram de 27-24, 18-16, 20-30 e 25-12 com as moçambicanas a liderarem no primeiro, segundo e terceiro quartos.

SUPERAR 5º LUGAR DE 2021

Há dois anos, em Yaoundé, nos Camarões, Moçambique, então orientado pelo professor Nasir “Nelito” Salé terminou o “Afrobasket” 2021 na 5ª posição ao derrotar o Egipto, por 69-62. Com um duplo-duplo (15 pontos e 11 ressaltos), Ingvild “Inga” Mucauro liderou a selecção nacional de basquetebol sénior feminino a vitória.

O conjunto nacional era constituído, na prova, por Tamara Seda, Leia Dongue, Silvia Veloso (rookie), Elizabeth Perreira, Odélia Mafanela, Deolinda Gimo (reformada), Cecília “Cecy” Henriques, Anabela Cossa, Dulce Mabjaia, Vilma Covane, Stefânia Chiziane e Carla Pinto. Feitas as contas, a selecção nacional venceu três jogos e perdeu igual número de partidas. As vitórias foram diante da Costa do Marfim (59-57), Egipto (69-62) e Quénia (72-50). Na fase de grupos, o combinado nacional estreou-se com derrota diante da Nigéria (67-50). Depois, na 2ª jornada, nova derrota com Angola por nove pontos: 70-61.

 

O ÚLTIMO PRÉ-OLÍMPICO

Em 2020, na Sérvia, a selecção nacional de basquetebol sénior feminina falhou o apuramento para os Jogos Olímpicos de Tóquio após ao perder todos os três jogos realizados na prova qualificativa. No primeiro duelo, o combinado nacional perdeu com a Nigéria por 34 pontos:  85-51. Na segunda ronda, frente ao adversário mais forte, Moçambique caiu aos pés dos Estados Unidos com que perdeu por 124-49. No derradeiro embate, a selecção nacional não teve argumentos para derrotar a Sérvia, adversário que venceu por 76-48.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos