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O sino volta a tocar e os turistas respondem com um “sim” à ilha

O turismo está a ressurgir na Ilha de Moçambique e para esta quadra festiva há reservas que fazem 100% de ocupação em muitas estâncias turísticas. Esta quinta-feira, a Ilha testemunhou o retorno da sinalização sonora do relógio junto à Capela de São Paulo, 37 anos depois de ter parado de funcionar.

A cada quarto de hora (15 minutos) o sino que data do século XIX emite o som, bem alto da Capela de São Paulo, anunciando as horas marcadas pelo relógio da Idade Medieval que voltou a funcionar esta semana, quase quatro décadas depois, mercê de uma intervenção de uma equipa de técnicos portugueses.

A última vez que se ouviu um som daquele sino na Ilha de Moçambique foi em 1983. Nessa época o sino servia como sinal para cultos, casamentos religiosos e até mesmo para alertar os trabalhadores. Era uma relíquia da Idade Média e mesmo depois de duas reparações, não se conseguiu pôr a funcionar, até que agora, uma equipa portuguesa interveio, trocou o sistema de funcionamento do relógio e passou a ser digital.

Trata-se de mais um marco na preservação do património histórico da Ilha, por isso foi motivo de uma cerimónia de alto nível. Afinal de contas, a Ilha de Moçambique é património mundial da humanidade pela UNESCO desde 1991.

Na cerimónia solene, Mety Gondola, Secretário de Estado na província de Nampula reconheceu “o papel que Portugal tem tido, não só no distrito e na nossa cidade da Ilha de Moçambique, mas o contributo que tem tido em várias áreas em diferentes distritos”.

A ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula entende que o gesto “simboliza a amizade entre o povo moçambique e o povo português, mas igualmente, simboliza este sentido de pertença de todos nós da humanidade e da expressão bantu”.

A embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva, fez saber que no âmbito dos protocolos de cooperação entre os dois países, “futuramente, numa terceira fase deste acordo de parceria incluirá a elaboração do projecto de reabilitação   da capela de Nossa Senhora de Baluarte, obra manuelina de 1522, a única deste estilo em toda a África Subsaariana”.   

Com um vasto património edificado que documenta a presença portuguesa em Moçambique, assim como o contacto com os povos da ásia e áfrica oriental, para não falar da praia com águas cristalinas, a Ilha de Moçambique é um destino turístico de eleição. Para esta quadra festiva, os números são animadores.

“Estamos a nos organizar. Temos boas perspectivas. De forma directa, estamos lotados”, deu a saber Agostinho Mabota, gerente de uma das casas tradicionais na Ilha de Moçambique.  

Uma realidade testemunhada pela presidente da Associação de Pequenos Empresários de Hotelaria e Turismo na Ilha de Moçambique, Amina Amade. “Já temos as reservas quase completas na Ilha de Moçambique na quadra festiva. Vamos ver o que vai acontecer nessa época”.

A segurança e a tranquilidade são outros elementos que na hora de escolher pesam muito para que a Ilha de Moçambique seja a preferência de nacionais e estrangeiros.

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