A vacinação contra as formas graves da COVID-19 decorre há dois meses no país. Contudo, tem havido dúvidas e receios em relação ao processo, sobretudo no que diz respeito ao procedimento após a imunização, os efeitos adversos e a diferença entre as vacinas.
Pelo menos 162 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo Coronavírus em todo o mundo, resultando em mais de três milhões de mortes. A doença que coloca o mundo de rastos desde 2019, ainda não tem cura.
Para evitar as formas mais graves da COVID-19, vários países estão a vacinar as suas populações. Neste processo, a azáfama para a obtenção das vacinas não passa despercebida.
Desde o início da pandemia, mais de 10 vacinas foram aprovadas, dentre as quais a Sinovac, Aztrazenca, Pfizer, Moderna, Johnson & Johnson, Sputnik V, Sinopharm e Covishild.
Na primeira e segunda fases, foram vacinados profissionais da Saúde, diabéticos, pessoas com cancro, idosos, reclusos e agentes da Polícia, professores do ensino primário, jornalistas, entre outros.
Visto que, na primeira fase, o intervalo entre a primeira e a segunda dose foi de 21 dias e na segunda será de dois meses, surge, neste momento, uma dúvida relacionada ao intervalo preestabelecido entre as doses da vacinação.
“Na primeira fase usamos a vacina da Verocell e o fabricante recomenda que o intervalo da primeira e segunda dose seja de 21 dias, portanto, três semanas. Nesta segunda fase estamos a usar a vacina da Covishild, cujo intervalo entre as doses é de dois meses, ou seja, oito semanas, por isso a diferença”, explicou Elisa Nambale, do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde.
Nambale diz, ainda, que é importante o cumprimento do calendário da vacinação para que haja efeitos desejados, caso contrário, o processo será inválido.
Os efeitos adversos que constituem preocupação para os cidadãos são, a dor no braço onde ocorreu a vacinação, fraqueza, dor de cabeça, náuseas e febres. Porém, Luísa Nambuerete esclarece que são reacções normais.
“Os efeitos adversos ocorrem de pessoa para pessoa, cada organismo responde do seu jeito, alguém pode apanhar a vacina e não ter problemas, mas, para o caso dos que têm essas febres dores de cabeça, não vão morrer ”.
Entretanto, a especialista convida aos pacientes com esses efeitos a reportarem os casos às autoridades da Saúde para um acompanhamento.
“Temos recebido poucos casos, mas sabemos que muitas são as pessoas que têm efeitos adversos e as que nos têm contactado, têm as suas preocupações respondidas”.
Luísa Namburete acrescenta que, apesar desses efeitos, as pessoas não devem recear a imunização.
“Outra questão que constitui dúvida, são os 15 minutos que a pessoa deve ficar de repouso após a vacinação, esse tempo é importante para observarmos como o organismo vai reagir ao fármaco injectado, podendo depois seguir viagem, mas se puder ficar mais, melhor”.
O Ministério da Saúde apela para o cumprimento das medidas de prevenção da COVID-19, mesmo depois da imunização.