Reza a história do basquetebol moçambicano que apenas, e apenas mesmo, uma atleta disputou a ambicionada e fantástica WNBA, versão feminina da NBA, Liga Profissional de Basquetebol dos EUA. Seu nome? Clarisse Eulália Machanguana, super-profissional tratada carinhosamente por "Match" na terra do Tio Sam. Ela, Clarisse Machanguana, que partiu da União de Santarém (Portugal) para a universidade de Old Dominion e depois selecionada no "draft" da WNBA, em 1999, pelas Los Angeles Sparks, tendo depois representado as Charlotte Sting e Orlando Miracle.
Um grande exemplo para as novas gerações que pretendem atingir o seu nível. E, um dos novos valores do basquetebol moçambicano que não só a admira como também quer singrar nos EUA, é a extremo-base Sílvia Veloso que está de malas aviadas para representar o Seward County Community College. Fã confessa de Clarisse Machanguana, a atleta diz que vai lutar para um dia concretizar o sonho de jogar na WNBA. " Estou muito feliz. É uma oportunidade muito grande que eu tenho para apreender ainda mais sobre o basquetebol e evoluir visto que, os EUA, são uma referência. É um sonho que vou realizar. Agora, vou lutar para alcançar um dos meus grandes sonhos que passa por jogar na WNBA", começou por dizer Veloso.
Com os olhos quase a ganharem o azul do mar, entenda-se, até pela emoção de poder jogar num país referência na modalidade da bola ao cesto, Veloso faz uma pausa e respira fundo. Segundos depois, já deixa ficar algumas promessas que, de resto, vão ao encontro das suas características dentro da quadra: " As pessoas podem esperar por uma jogadora lutadora e batalhadora. Vou trabalhar arduamente porque eu vou lá para melhorar e voltar para ajudar o meu país", precisou.
O Seward County Community College, no Estado do Texas, tem sido talismã para as basquetebolistas moçambicanas. É mister dizer que Ana Flávia Azinheira, Deolinda Carmen Ngulela, Tamara Seda, Neide Ocuane e Ilda Chambe, a menina duplo-duplo, espalharam o seu perfume aquando da sua passagem pelo SCCC. Mais do que o peso da referência que se tem da qualidade das basquetebolistas moçambicanas, Veloso ambiciosa deixar também a sua marca. " É muita pressão. É uma responsabilidade muito grande, uma vez que lá desenvolveram grandes jogadoras moçambicanas. Então, eu também tenho que trabalhar estar no nível delas", ambiciona, a extremo-base. Sobre o Campeonato Africano de Basquetebol feminino sub-16, prova que decorre desde sábado no pavilhão do Ferroviário da Beira, a craque diz que Moçambique está em condições de alcançar uma boa posição na competição, até porque, recorda, "há muitos talentos e potencial ao nível dos femininos. Temos que acreditar e lutar. Estão cá grandes equipas de países com tradição no basquetebol. Temos o Mali e o Egipto que tem um basquetebol um bocado superior ao nosso", analisou a melhor marcadora do "Afrobasket" feminino de sub-16, em 2016, no Cairo, Egipto. E, sem pestanejar, acresceu: "Mas nós temos que acreditar que tudo é possível. Temos que lutar até o fim. Há jogos em que temos que determinar que temos que ganhar", indicou.
Sílvia Velos apelou ainda a todos intervenientes do basquetebol moçambicano a envidarem esforços no sentido de se apostar mais na formação: "Nós não olhamos muito para a formação e isso se reflecte nas nossas selecções. E é da formação que saem os grandes jogadores". Mais não disse.