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“O desafio colectivo é como usar a tecnologia para diminuir a exclusão digital entre meios urbanos e rurais”

O administrador da ITGEST, Vitor Prisca, fala da presença da empresa que dirige em Moçambique e dos desafios para maior inclusão digital da população. Veja a seguir a entrevista ao dirigente da companhia que participa na Moztech.

O que é que levou a ITGEST a abraçar a iniciativa MozTech?
A ITGest implementa soluções tecnológicas com o objectivo de aumentar a eficiência dos seus clientes. É uma empresa participada do Grupo Ideias Dinâmicas – Tecnologias, a ITGest está presente em Moçambique mas também em Angola e Portugal. A partir deste ano vamos iniciar operações na África do Sul e Índia. Sendo a MozTech a maior e mais importante iniciativa ligada ao sector das tecnologias de informação e comunicação em Moçambique não podíamos deixar de estar presentes, até porque se trata de um ano em que estamos a reforçar a nossa presença local. Queremos por isso fazer chegar através da ITGest Moçambique todas as capacidades e competências do nosso grupo.

Que novidades a ITGEST vai apresentar nesta quarta edição do MozTech?

O nosso foco é dar a conhecer as nossas competências, o conhecimento que temos dos processos de negócio e partilhar informação sobre os nossos projectos em Moçambique. Do ponto de vista da oferta de auditoria e consultoria de IT, os nossos serviços têm como objectivo apoiar o CIO e CTO numa visão 360° da gestão e controlo da função de IT, numa lógica de ciclo de vida ao mais baixo custo de posse.  Ao nível das soluções empresariais a nossa parceria com a SAP África permite-nos responder aos desafios mais complexos, somos igualmente SAP Education Center e entidade formadora certificada pelo INEFP.
 
As nossas soluções verticais baseiam-se em produtos desenvolvidos pela fábrica de software em tecnologias abertas. Uma dessas soluções é o CSS-Customer Smart Service para SAP IS U (Industry Solution for Utilities), um front-end unificado em que a experiência de utilizador começa pelo acesso à visão 360° do cliente e a partir daí é orientado ao longo de cada etapa do processo que levou o cliente a se dirigir ao departamento comercial. A primeira versão deste produto destina-se aos processos comerciais das utilities: águas, gás e electricidade. Ajudou a reduzir os tempos de atendimento, as necessidades de formação e os erros na execução dos processos em clientes com mais de 500 mil pontos de entrega e em breve com mais de 1.3 milhões.

Vamos também apresentar o KHIS-Healthcare Information System que é um sistema de gestão clínica e administrativa, capaz de assegurar a gestão de todas as valências de um hospital ou clínica, integrando outros sistemas através do standard HL7. Está presente em hospitais com centenas de camas e que fazem mais de 6.000 operações por ano.
Entre as outras soluções vamos ter igualmente o KLIMS-Laboratory Information and Management System que é uma solução completa para a gestão de laboratórios e de verificação de qualidade de produto em qualquer sector de actividade. Um dos nossos clientes tem utentes de um Hospital no Dubai que acedem aos resultados dos seus testes de DNA através do portal de cliente do KLIMS. Outros em África, eliminaram mais de 30% de fraude interna na realização de análises clínicas através controlo dos consumos de reagentes e consumíveis.

Até que ponto a MozTech pode ajudar na massificação do uso das tecnologias de informação e comunicação como factor de crescimento?

A MozTech é um fórum de partilha de conhecimento e de experiências e isso é essencial para que haja uma compreensão da importância da tecnologia por todos as partes interessadas, públicas ou privadas. O desafio colectivo é como usar a tecnologia para diminuir a exclusão digital entre os meios urbanos e rurais. Em boa verdade há mais de 4,5 biliões de pessoas sem acesso à internet apesar de viverem em zonas com cobertura móvel 2G e 3G, sendo que na África subsaariana quatro em cinco acessos à internet são feitos através de um telemóvel. Os obstáculos a uma maior penetração da internet são os custos dos smartphones e a falta de conteúdos locais, ecossistemas de aplicações que sirvam as necessidades concretas dos utilizadores como seja o acesso a serviços públicos como a educação e a saúde.

Segundo o Fórum Económico Mundial, há uma relação directa entre o acesso à internet e o crescimento do PIB. Por cada 10% de penetração adicional da internet, o PIB per capita cresce 1,2% e caso se trate de banda larga o crescimento é de 1,38%. Por isso, só teremos essa massificação como factor de crescimento, quando se criarem as condições que permitem ao utilizador de um país em vias de desenvolvimento ter a possibilidade de escolher entre o download da última versão de uma app desenvolvida no Silicon Valley ou de outra desenvolvida no seu país de origem. Dessa forma, ele estará ligado ao mundo com mais hipóteses de ter sucesso.

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