Filipe Nyusi encontra-se, desde esta quarta-feira, em Harare, onde manteve encontros com o Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa. Os dois chefes de Estado reforçaram relações de cooperação em diferentes áreas, segundo revelaram aos jornalistas em conferência de imprensa.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, partiu, na manhã desta quarta-feira, para a República do Zimbabwe, no âmbito de uma Visita de Estado de três dias, a convite do seu homólogo Emmerson Mnangagwa.
A visita do Presidente da República ao Zimbabwe visa fortalecer e aprofundar os laços históricos de solidariedade, amizade e cooperação política, económica, social e cultural entre os dois países. Por isso mesmo, na capital zimbabweana, os dois Chefes de Estado mantiveram conversações oficiais, tendo, no princípio da noite de ontem, prestado declaração aos jornalistas moçambicanos e zimbabweanos presentes na conferência de imprensa.
De acordo com Filipe Nyusi, entre as conversações, os dois presidentes concentraram-se em áreas de cooperação como agricultura, indústria, turismo, infra-estrutura e energias. O Presidente da República lembrou, falando aos jornalistas, que a energia eléctrica é um recurso que interessa a todos os países da África Austral. “Moçambique, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi ou África do Sul, todos precisam de energia para se desenvolver”, afirmou o Presidente da República, destacando que, por isso mesmo, a cooperação na área de electricidade é fundamental.
Por sua vez, o Presidente do Zimbabwe reconheceu que “Sobrevivemos com a energia que buscamos em Moçambique, mas temos que pedir desculpas ao Presidente Nyusi porque, quando me tornei Presidente, soube que os meus ministros não pagavam e, depois, descobri começámos a pagar um pouco”, disse Emmerson Mnangagwa.
Além de identificar as áreas de cooperação que foram abordadas durante o encontro e de se realçar a necessidade de desenvolvimento dos corredores de Machipanda e Limpopo, Filipe Nyusi afirmou ainda, na conferência de imprensa da noite de hoje, que situou o Zimbabwe em assuntos de combate ao terrorismo. “A situação está a melhorar, mas o terrorismo continua a ser combatido no país”, afirmou, transparecendo a percepção de que o terrorismo é um problema que se vence com coordenação entre os países.
Ainda no plano da cooperação, Moçambique e Zimbabwe poderão construir duas barragens, uma das quais no Rio Save. Para o efeito, Carlos Mesquita, ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, deslocou-se ao Zimbabwe, onde visitou duas barragens e as obras de reabilitação da estrada que liga Harare a Mazvingo, de 270 km.
Durante a sua visita, Carlos Mesquita negociou três acordos na área de recursos hídricos com o Zimbabwe para facilitar a gestão conjunta das bacias do Save, Búzi e Púnguè, que são compartilhadas, e a construção de duas barragens, uma das quais no Rio Save.
Refira-se que um protocolo adoptado por todos os países da SADC obriga a uma partilha equitativa da água dos rios partilhados pelos países da região.