O Presidente da República, Filipe Nyusi, considerou o financiamento de 20 milhões de euros aprovado pela União Europeia, para apoiar o Ruanda como um “duplo ganho” para Moçambique.
Para Nyusi, que falava quarta-feira, em Harare, no Zimbabwe, após o encerramento da cimeira extraordinária da SADC, o apoio da União Europeia destina-se a reforçar as capacidades militares das tropas ruandesas que actuam ao lado das forças moçambicanas no teatro operacional norte.
O Estadista moçambicano respondia a uma questão levantada sobre por que motivo o financiamento da União Europeia foi direcionado ao Ruanda, em vez de ser canalizado directamente para Moçambique.
O Chefe de Estado argumentou ainda que Moçambique já beneficia de apoio directo da União Europeia em diversas áreas, incluindo na componente de treinamento militar e outras iniciativas estratégicas, que atingem até ao momento 800 milhões de euros.
O apoio adicional adoptado complementa a medida de assistência paralela, no valor de 89 milhões de euros, às Forças Armadas moçambicanas treinadas pela Missão de Formação da UE (EUTM) Moçambique.
Criado em Março de 2021, o Mecanismo Europeu de Apoio à Paz visa financiar acções externas da UE com implicações militares ou de defesa, com o objectivo de prevenir conflitos, preservar a paz e reforçar a segurança e a estabilidade internacionais.
Em particular, o EPF permite à UE financiar acções destinadas a reforçar as capacidades de Estados terceiros e organizações regionais e internacionais em matéria militar e de defesa.
Desde Outubro de 2017 que Moçambique, particularmente Cabo Delgado, é alvo de ataques terroristas que já resultaram na morte de mais de quatro mil pessoas e levaram mais de quatro mil a abandonar as suas residências na busca de locais mais seguros.