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Nyusi enaltece papel das mulheres na defesa das populações da “saga assassina dos terroristas

Foto: O País

O Presidente da República dedicou, hoje, uma mensagem especial às mulheres das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que estão no terreno a combater o que chamou de “saga assassina dos terroristas” em Cabo Delgado. Filipe Nyusi reconheceu que parte dos ganhos, no terreno, se deve ao esforço de várias mulheres empenhadas na defesa da pátria.

De sorriso estampado no rosto, a mulher moçambicana acordou para o seu dia. E foram várias que se deslocaram à Praça dos Heróis para celebrar suas conquistas. O estilo, a ginga e a capulana não poderiam faltar. O momento solene começou com a chegada do Chefe de Estado.

Depois da deposição da coroa de flores, acompanhado pela Primeira-Dama, Filipe Nyusi homenageou as heroínas que jazem na cripta dos heróis, com destaque para Josina Machel. Já no seu discurso, o Chefe de Estado dedicou uma mensagem especial às mulheres de armas em punho e outras que movidas pelo seu patriotismo ajudam a combater o terrorismo, em Cabo Delgado.

“Nesta data tão especial, queremos render homenagem à mulher engajada nas missões das Forças de Defesa e Segurança que nos quarteis, nas esquadras, nas trincheiras, nas matas, continua firme na defesa da soberania e integridade territorial, segurança e tranquilidade pública em cada metro quadrado do nosso país. Uma vénia especial vai para aquelas mulheres que se encontram, neste momento, empenhadas no teatro operacional norte a combater o terrorismo e extremismo violento, aquelas que estão a defender e proteger as populações da saga assassina dos terroristas”, iniciou Filipe Nyusi

 

NYUSI DIZ QUE CENTENAS DE MULHERES TÊM VINDO A APOIAR AS FORÇAS LOCAIS

O Presidente da República aproveitou a ocasião para reiterar que os ganhos alcançados no terreno são também fruto da contribuição de mulheres corajosas, que abandonaram a sua zona de conforto, para apoiar o país a repelir os terroristas.

“Os resultados alcançados no teatro operacional norte tem o engajamento da mulher, que longe do seu marido, namorado, filho, da sua habitação e imbuída de um espirito patriótico tem-se empenhado duramente na defesa da pátria, mostrando, mais uma vez, que a mulher moçambicana é interveniente activa nos esforços colectivos na edificação de um país em paz e rumo ao desenvolvimento. Centenas de mulheres que ontem foram do destacamento feminino, e agora com as suas filhas, estão hoje empenhadas em dar apoio logístico à força local, composta por veteranos da Luta de Libertação Nacional nas vilas, povoações e aldeias nos distritos alvos de ataques terroristas. Por isso, queremos reafirmar de viva voz, que estamos e sempre estaremos ao lado da mulher, daquela mulher que oferece seu sangue, o seu saber ao serviço da pátria”.

 

PR DIZ QUE TRAGÉDIAS CLIMÁTICAS AFECTAM PROGRESSOS

Noutro desenvolvimento, Filipe Nyusi reconheceu que as tragédias climáticas  a que o país assiste acentuam a vulnerabilidade da mulher.

“Este ano celebramos esta efeméride sob lema: Pela igualdade do género no contexto das mudanças climáticas. Lema remete-nos a reflectir sobre a actual conjuntura em que o mundo e o país em particular enfrentam grandes adversidades. Os desafios são decorrentes das mudanças climáticas que têm um impacto negativo no avanço da igualdade do género, no empoderamento da mulher e da rapariga para o pleno gozo dos seus direitos. As mudanças climáticas caracterizadas por ciclones, cheias, secas, sismos e outros desastres naturais, que são cada vez mais frequentes no nosso país, resultam em mortes, destruição de culturas, infra-estruturas sociais e económicas com impacto grave na vulnerabilidade das populações, sobretudo, das mulheres e raparigas”, reconheceu.

O Presidente da República defendeu ainda que a sociedade deve lutar para travar alguns tabus que secundarizam e desvalorizam a mulher.

“Lamentavelmente, há muitas mulheres que lutam diariamente contra a discrição baseada no género e há as que ficam sem voz porque são dominadas por tabus decorrentes de sistemas que valores que vão em sentido contrário à valorização da mulher. Esses tabus descrevem a mulher como um ser inferior, resultando na sua exclusão nas questões sociais, económicas e sociais, fazendo dela uma mera expectadora de processos”, terminou

Lembre-se que o Dia da Mulher Moçambicana é celebrado em homenagem a Josina Machel, vista como o rosto feminino da luta pela independência nacional e que perdeu a vida a 7 de Abril de 1971.

 

“MULHER NAS POVOAÇÕES PRECISA DE APOIO”

O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, diz é que há semelhança do que acontece no Governo, é preciso garantir paridade do género na Assembleia da República e diz que há muita mulher nas povoações a precisar de apoio para o seu desenvolvimento socioeconómico. O antigo estadista reconhece que há avanços, mas quer mais. Refira-se que o Parlamento vem registando melhorias na equidade do género. Por exemplo, na legislatura passada, 39% dos deputados eram mulheres.

“Há paridade no Governo, mas não quer dizer que vai permanecer assim porque não é uma coisa artificial. Estamos ainda a lutar que haja paridade de género na Assembleia da República e tem que haver. Fazemos apelo para que se continue (a buscar equilíbrio)”, diz Chissano, acrescentando que “há muita mulher nas povoações (onde reside a maioria da população moçambicana) que precisa de apoio para se desenvolver cultural e economicamente, na educação. Portanto, continuemos”.

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