Abriu oficialmente o ano lectivo 2021, mas o Presidente da República deixou avisos: diz que o retorno às aulas presenciais pode ser suspenso se a pandemia da COVID-19 se propagar de forma descontrolada e promete responsabilização a pessoas concretas que permitirem que isso aconteça.
O distrito de Monapo, na província de Nampula, acolheu as cerimónias centrais de abertura do ano lectivo 2021. Antes do evento oficial, o Presidente da República inaugurou a Escola Secundária de Carapira, construída de raiz, com 24 salas de aula, e capacidade para mais de três mil alunos.
Um ano lectivo que abre para as aulas presenciais no meio à pandemia da COVID-19, que deixa apreensivos os gestores da Educação no país.
“Para o Governo de Moçambique a saúde das crianças e a criação de condições nas instituições de ensino é uma prioridade. Para nós, o ambiente escolar deve ser acolhedor e saudável para que ofereça segurança para todos que se encontram nela, porque as crianças e jovens são Moçambique; as crianças e jovens são o mundo de amanhã”, realçou Filipe Nyusi, no seu discurso oficial.
Ontem é passado e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano fez história ao conseguir gerir a pandemia, tal como realçou a ministra. Mas hoje é presente e os números mostram que a COVID-19 ainda está em avanço, e neste cenário, fica difícil prever como será o futuro, com a retoma às aulas presenciais.
Ciente disso, Filipe Nyusi deixou um aviso: “A nossa decisão de retoma das aulas presenciais pode ser revertida caso não se observem as medidas de prevenção decretadas pelas autoridades de saúde e a pandemia se propague de forma descontrolada. O não cumprimento poderá ser responsabilizado. Não basta as pessoas fazerem brincadeiras para obrigarem-nos a interromper as aulas. Vamos responsabilizar pessoas concretas que fazem com que o nosso país não permita que os nossos jovens evoluam e estudem”.
O sector da educação faz parte das prioridades de investimento dos parceiros de cooperação de Moçambique que enaltecem, igualmente, a importância da abertura das escolas para a educação e socialização dos alunos.
“Nós, os parceiros de cooperação, a comunidade internacional, temos a educação como um dos sectores prioritários do nosso apoio, por isso, a nossa preocupação é que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade”, realçou Anna-Kaisa Heikkinen, embaixadora da Finlândia.
Para garantir uma educação de qualidade, dentro do novo desafio de redução do tamanho das turmas, o Governo vai contratar 9.330 professores e maior parte vai para Nampula e Zambézia.
Para o ano lectivo 2021, o país conta com um universo de 9.348 mil alunos e estudantes para todos os subsistemas de ensino, incluindo o superior.