Arrancou, esta segunda-feira, a 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), que tem lugar em Ricatla, no Município da Vila Marracuene, Província de Maputo, até ao próximo domingo.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, foi quem procedeu à abertura da feira, em que, durante cinco horas, visitou quase todos os pavilhões e conversou com os cerca de 3300 expositores, tanto nacionais, quanto estrangeiros, presentes na feira, que mostravam as potencialidades do país, das suas empresas e dos seus serviços.
Após a visita, Nyusi procedeu ao discurso de abertura, fazendo uma radiografia da FACIM e do ambiente de negócios no país durante a sua governação e disse que a feira é uma referência internacional e susceptível de catalisar investimentos externos e nacional e aprofundar o relacionamento económico com diversos países.
Nos últimos quatro anos, aumentou o número de expositores, o que, para Nyusi, representa o trabalho realizado no âmbito da diplomacia económica.
“Notámos a certeza de uma dinâmica que dá substância ao lema sobre diversificação económica, pois registámos um fluxo de investimento diversificado acima de 10 mil milhões de dólares entre 2019 e 2023”, celebrou, para depois acrescentar que a realidade está mais do que patente nos registos do primeiro trimestre do ano, em ramos como agricultura, transporte, comércio e serviços e indústria extractiva, que são áreas com um peso acima dos 5%.
“Podemos afirmar que estamos preparados, com a implementação de Fundo Soberano, com mecanismos transparentes de investimentos e absorção de recursos, assim como uma estrutura de governação que passe pela Assembleia da República, mas temos consciência de que não foi tudo.”
Entretanto, apesar desses avanços, o Presidente da República reconheceu que o nível de exportações no país ainda está aquém do desejado, uma vez que, até aqui, o país tem exportado maioritariamente, apenas para 10 países, o que para Nyusi revela a ausência de níveis de concentração que alertam para situação de risco do equilíbrio externo quando se fala de balança comercial.
Foi por isso que admitiu a necessidade de diversificar mais a quantidade e qualidade dos produtos e destinos dos produtos, e de forma competitiva.
Outro desafio, está “em sair da extracção para transformação industrial” aqui, no país, pois, segundo avançou, a intenção é fazer com que Moçambique passe de exportador de produtos primários para uma fase em que consiste na transformação dessas matérias primas. Porém, reconheceu que o processo não é fácil, mas é preciso iniciá-lo.
“Pretendo, a partir deste ponto, sugerir uma reflexão que pode ser inovadora no contexto da cadeia de valor global. Por exemplo, o lítio do Zimbabwe já está a produzir grafite, o cobre da Zâmbia, o grafite de Moçambique ou o cobalto da República Democrática do Congo desenvolvermos uma cadeia de valor regional que potencia a economia de escala e confira maior poder negocial face aos domínios das grandes economias existentes na corrida sobre controlo das cadeias de valor em África”, disse, explicando que só se precisa de uma “linguagem colectiva” na região para que isso seja efectivado, uma vez que os recursos existem, aqui.
Aos empresários mandou um recado, dizendo que os investimentos não devem ser feitos com base em vontades e em reuniões, é preciso “intervir, mergulhar na economia e ter paciência”.
Nyusi recomendou à Agência de Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX) a melhoria e modernização das infra-estruturas da FACIM.
Ainda no evento, foram galardoadas algumas empresas que se destacaram nas diversas áreas, no último ano.
O lema é industrialização, inovação e diversificação da economia nacional, e o objectivo, segundo Nyusi, é inspeccionar o estado da economia nacional quanto à diversificação económica e industrialização, para promover os instrumentos produtivos e aumentar as exportações.