A primeira “Noite de poesia” deste ano celebrou José Craveirinha, no Museu Mafalala, onde houve debates e declamação de poemas, em exaltação dos 100 anos do pai dos poetas moçambicanos.
Com declamação, Eduardo Quive inaugurou a Noite de Poesia em que, no “poder da oralidade e narratividade”, José Craveirinha serviu de exemplo de cidadania e afirmação de uma identidade genuinamente moçambicana.
“Um homem de muito poucas falas”, assim relembra o jornalista Tomás Vieira Mário, que afirma que foi, em termos de convívio social, muito expansivo.
O poeta-mor marcava o seu espaço diante de todos, principalmente o de quem consigo viveu. “Era uma pessoa muito angustiada com o dia-a-dia do país, escreveu muito sobre desenvolvimento, porém, infelizmente, terá morrido sem ter visto o seu sonho”, afirmou o jornalista.
Cem anos depois da sua morte, são resgatados os valores culturais e interpretados numa “Noite de Poesia”. Tânia Tomé, escritora e empreendedora, fez parte da conversa de recordação de José Craveirinha. Entre as suas recordações, está o seu primeiro sarau de poesia. “Aos meus treze anos de idade, fiz o papel de José Craveirinha, e ele estava na audiência. É um privilégio muito grande ter tido esta oportunidade de o conhecer pessoalmente e de estar a ser ele próprio”, reconheceu Tomé.
Além de uma ronda de declamação dos poemas de José Craveirinha, a noite foi tomada por exposição de livros, com destaque para “Crónicas de Emergência” de Elcídio Bila.