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Nini Satar diz que jamais pagaria para a própria morte

Nini Satar diz que quem encomendou a sua morte é um cidadão de origem paquistanesa e outro de raça branca, ainda não identificados. A declaração foi feita, hoje, durante a sessão de audição ao declarante, no âmbito da tentativa de assassinato a que foi vítima, em Fevereiro do ano passado.

Cumpriu-se, esta segunda-feira, o terceiro dia do julgamento do caso da tentativa de assassinato de Nini Satar, que tem lugar na Cadeia de Máxima Segurança da Machava, na Província de Maputo.

Nesta sessão de produção de provas, foi ouvida a vítima, Momed Satar, como declarante. Nini usou o espaço para reafirmar a denúncia que fez na Procuradoria sobre a tentativa de assassinato.

“Os cinco réus presentes neste julgamento não há dúvidas de que tentaram matar-me. Existem réus confessos e outros que não querem confessar”, declarou.

Momeda Satar explica que recebeu informações sobre o plano, através de um recluso não identificado, que depois disso exigiu que apresentasse provas. Assim, através de um celular, orientou que o recluso Carlos Zavala, identificado como quem denunciou o plano, gravasse com todos os envolvidos áudios que comprovassem o envolvimento de todos.

Nini Satar reafirmou que houve tentativa de tirar a sua vida e tudo foi orquestrado por um grupo que envolve a Polícia e mais dois indivíduos ainda não identificados.

“Eu suspeito, mas não tenho provas, por isso não posso falar os nomes, mas há uma investigação da Polícia para neutralizar estes mandantes. Só precisamos de algumas provas. Os próprios (envolvidos) dizem, nos áudios e nas conversas que têm, que um cidadão é paquistanês e outro de raça branca.”

Segundo Nini, o paquistanês tem-se envolvido com os agentes da Polícia noutros crimes na Cidade de Maputo, ou seja, é uma rede criminosa, faltam apenas provas, mas não têm dúvidas de que existe esse mandante e não são os agentes da PRM.

Sobre a acusação de que Momed Satar teria orquestrado um teatro para que voltasse a ser assunto nos media, Nini rebate dizendo que “sou famoso há mais de 20 anos e não posso pagar pessoas para matar a mim”.

“Não preciso de fama para atentar contra a minha própria vida e fazendo este teatro, envolvendo milhares de dólares e milhões de Meticais, para fazer um atentado contra mim. Há uma particularidade aqui, e que todos os réus estão presos. Só havia de obter o dinheiro depois de consumarem a minha morte, então a pergunta é: E ia pagar alguém para matar a mim?”, questionou Nini.

Ainda nesta segunda-feira, foram ouvidos os declarantes Carlos Zavala, Maulana Hanza e Cremildo Muthemba.

Carlos Zavala é identificado como quem alertou Nini sobre a tentativa de assassinato. Maulana Hanza fora contactado para comprar uma substância tóxica para pôr na água, mas também diz que acabou por denunciar o plano.

Já Cremildo Muthemba, contactado para executar Nini, conta que não quis envolver-se no crime, por isso, quando foi interrogado, contou tudo à Polícia.

Na próxima quarta-feira, serão ouvidos mais dois declarantes, nomeadamente Armando Vilanculos, identificado como quem facilitou a entrada do celular usado para fazer gravações na B.O., e Franque, recluso tido como quem introduziu a faca que supostamente seria usada para executar Nini.

 

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