O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, aprovou a suspensão daquele país de todas as competições internacionais de basquetebol. A decisão do presidente foi tornada pública em comunicado emitido pelo ministro da Juventude e Desenvolvimento do Desporto, Sunday Dare. Presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2022, as equipas masculina e feminina pagam factura cara pela desorganização interna.
A crise que abala o basquetebol nigeriano ganhou outros contornos! Gritantes, alarmantes e apelativos para uma reflexão profunda para quem domina a modalidade da bola ao cesto, inspira novos talentos e produz grandes estrelas. Pois, esta quinta-feira, contra todas as expectativas, o presidente Muhammadu Buhari aprovou a retirada da Nigéria de todas as competições internacionais de basquetebol por um período de dois anos. A suspensão, imediata, deve-se à crise de liderança na Federação Nigeriana de Basquetebol (NBBF).
O cancelamento ao mais alto nível segue-se à decisão tomada quinta-feira pelo Ministério de Desenvolvimento e Desporto de retirada, devido, igualmente, à onda de protestos protagonizada por jogadores em Abuja.
O basquetebol, num país afectado por terrorismo e crises sistémicas, é um escape e fonte de orgulho. E não é fácil argumentar: as equipas masculina (D’Tigers) e feminina (D’Tigress) evoluíram nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Mais: em femininos, a Nigéria domina o continente e ostenta o estatuto de tricampeã africana (conquistou a prova em 2017, em Bamako, Mali, 2019, em Dakar, Senegal, e 2021, em Yaoundé, Camarões).
Participara, para os desgostos dos moçambicanos, nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004, na Grécia, após conquistar o Campeonato Africano disputado um ano antes em Maputo. Há ainda a assinalar a presença nos mundiais de basquetebol de 2018, em Tenerife, Espanha. Este ano, precisamente entre os dias 22 de Setembro e 1 de Outubro de 2022, a Nigéria devia disputar o Mundial de basquetebol em Sydney, Austrália.
Porque a decisão apanhou todos de surpresa e causou indignação, havia da parte do Governo que explicar as razões com argumentos bastantes.
“Após a crise sem fim que atormentou e quase prejudicou o desenvolvimento do basquetebol na Nigéria, o presidente Buhari aprovou a retirada de todas as competições internacionais de basquetebol por um período de dois anos. Isso tem efeito imediato”, disse o secretário permanente do Ministério do Desenvolvimento e Desporto, Ismaila Abubakar, citado pela “Afrikapage”.
O passo que se segue é a criação de um Comité de Gestão Interina (IMC) para supervisionar a gestão e o desenvolvimento das ligas nacionais de basquete na Nigéria.
E este processo passa, segundo Ismaila Abubakar, por “concentrar todos os esforços para renovar a modalidade da bola ao cesto desde as bases, bem como as ligas domésticas que se tornaram moribundas”.
É mister refrear os ânimos de quem dá tudo pela modalidade e representa condignamente a Nigéria em provas internacionais.
“Apelo aos jogadores, dirigentes, fãs e outras partes interessadas no basquetebol para ficarem calmos, enquanto o Governo cria condições para levar a cabo iniciativas a longo e médio prazos para reposicionar, sustentar e estabilizar o basquetebol e manter o sucesso do país”, apelou Ismaila Abubakar.