O País – A verdade como notícia

Negócio das PME’s fechou o ano no vermelho

Onda de incertezas e altos prejuízos no sector da indústria extractiva ditam uma facturação baixa das empresas moçambicanas que fornecem bens e serviços as grandes firmas do sector.

O volume de negócios das Pequenas e Médias Empresas (PME’s) contratadas para o fornecimento de bens e serviços aos grandes projectos da indústria extractiva, registou uma redução em 72%, para perto de USD 105 milhões no fecho do exercício económico de 2017, em relação ao ano anterior.

No período em análise, foram contratadas um total de 217 PME’s pelas firmas gigantes das áreas mineiras, de hidrocarbonetos e metalúrgica, contra 395 Pequenas e Médias Empresas no ano anterior, cujo volume de negócios foi na ordem de USD 376 milhões, refere a Conta Geral do Estado (CGE) de 2017.

A baixa facturação das PME’s moçambicanas deveu-se aos avultados prejuízos financeiros acumulados pelos chamados “mega-projectos” no ano passado, no valor de aproximadamente USD 402,4 milhões, situação que fez com que reduzisse as contratações de pequenas empresas de prestação de bens e serviços.

Só para se ter uma ideia, a contribuição destes grandes projectos depende das ligações que os mesmos estabelecem com a economia, as quais podem assumir várias formas, nomeadamente, ligações produtivas (input/output), que consistem basicamente no desenvolvimento da rede de fornecedores e consumidores, tecnológicas (transferência de tecnologia), emprego (consumo e crescimento) e pecuniárias (fiscais, poupança e reservas externas).

No ano em análise, constata-se que nos projectos da Ncondezi, Mozal, Sasol, areias pesadas de Moma e as minas de Revuboé obtiveram lucros que totalizaram USD 286,39 milhões. Em contrapartida os projectos da Vale Moçambique e Jindal Africa registaram um prejuízo no valor de USD 688,82 milhões.

Receitas para o Estado

Com um ano marcado pela negativa, em termos dos resultados globais do volume de negócios, os grandes projectos da indústria extractiva activos em Moçambique, tiveram, igualmente, uma contribuição baixa para os cofres do Estado.

Dados da CGE consultada pelo O País, revelam que o Estado moçambicano encaixou pouco mais de USD 143 milhões em receitas em 2017, provenientes dos impostos sobre exploração dos projectos de grande dimensão e concessões empresariais.  

O valor é equivalente a 3,9% da receita total do Estado, o que corresponde a uma ligeira redução de 0,1%, relativamente a contribuição registada no ano passado.

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos