Nazir Salé regressa ao comando da selecção sénior feminina de basquetebol com missão de comandar as “samurais” no Afrobasket dos Camarões. Na sua apresentação esta quarta-feira, Salé anunciou as atletas pré-convocadas para a prova. O destaque vai para a chamada, pela primeira vez, da Yolanda Cossa, atleta com pai moçambicano e mãe búlgara, que está a jogar na Bulgária.
Again: é de facto, outra vez de “Coach Nelito” para os mais aficionados pelo basquetebol ou Nazir Salé, que, em 2017, comandou o destino do combinado nacional, no Afrobasket de 2017, prova na qual Moçambique não foi além de quarto lugar.
Conhecedor de basquetebol africano e com créditos firmados, Nelito já levou ao pódio africano as equipas seniores femininas de Desportivo e extinta Liga Muçulmana de Maputo.
Estes e mais dados animaram a Federação Moçambicana de Basquetebol a convidar o técnico para assumir o comando das “Samurais”. Com ele, vão trabalhar, como adjuntos, Carlos Dezanove e Nilton Manheira, do Ferroviário de Maputo e o da Beira, respectivamente.
“Achamos que Nazir Sale é um técnico com perfil que se encaixa nos objectivos da Federação Moçambicana de Basquetebol”, explicou a razão da contratação o Presidente da FMB, Roque Sebastião.
Nelito tem acordo com a Federação Moçambicana de Basquetebol para orientar a selecção durante o Afrobasket do próximo mês, em Yaoundé, no entanto pode ser estendido em função dos objectivos do órgão máximo que superintende o basquetebol nacional.
No seu regresso, Nazir Salé assume um Moçambique com constelação de estrelas e que terminou a ultima edição na quarta posição. Tem como objectivo melhorar a classificação anterior, mas realça a necessidade de se terem sempre os pés assentes ao chão.
“Vamos trabalhar no sentido de melhorarmos a classificação da edição. Sabemos que não será tarefa fácil, mas não vamos desistir”.
A vontade de vencer há, mas muita coisa pode atrapalhar o processo. O tempo de treino será o primeiro entrave, porque, no dia 20, data do arranque da preparação até à realização da competição nos Camarões, terá, a selecção, realizado apenas 21 sessões de treino, o que é muito pouco.
“Tínhamos planificado começar a trabalhar no dia 1 de Julho, mas não aconteceu. Essa não foi vontade minha, nem da federação, as condições não permitiram. Até agora, não temos campo de treino, o único sítio que existe para treinar é o Parque dos Continuadores. Conjugando estes factores, partimos em desvantagem em relação aos nossos adversários que trabalham faz tempo. A Nigéria vem dos Jogos Olímpicos e Angola trabalha há duas semanas”, disse Nelito e lembrou que não há espaço para lamentações e justificações.
“Em nenhum momento vamos desistir de fazer melhor. Vamos lutar até ao limite”.
SALÉ RESGATA ONÉLIA E INTRODUZ IOLANDA
Na lista das 17 atletas convocadas, dominada pelo Ferroviário de Maputo, com seis atletas, o destaque vai para a chamada de Iolanda Cossa, atleta de 1.72m, que milita na Bulgária Basket. Filha de pai moçambicano e mãe Búlgara, Iolanda mereceu a chamada ao conjunto nacional, porque há muito vem demonstrando vontade de representar a Nação. Também, foi chamada a base do Ferroviário da Beira, Sílvia Veloso, que experimentou o basquetebol norte-americano.
Não só há novas caras, mas há também regressos. Onélia Mutombene e Vilma Covane voltam a fazer parte das escolhas da selecção. Contra todas as expectativas, Shanaya Pinto, uma das atletas consideradas promissoras do continente, ficou de fora. Quem também não foi chamada e a base Delma Zita.
Com isto, não é o fim da linha, avisa Nazir Salé: “não fechamos a convocatória, com o passar do tempo, mais atletas poderão ser chamadas a integrar o grupo”.