O Presidente da República está preocupado com os altos níveis de malária e cólera em Nampula. Falando esta tarde na cerimónia de lançamento da primeira pedra para a construção do Hospital Geral da capital do Norte, Filipe Nyusi disse aos cidadãos que não se deve ser campeão de doenças, revelando que a província de Nampula é a que mais contribui para que a malária e a cólera sejam ainda doenças fatais.
Moçambique é um dos 15 países do mundo com mais mortes causadas pela malária. E, internamente, Nampula é a província que mais concorre para o aumento dos óbitos. Mas da metade das mortes, a nível nacional, ocorrem naquela região do país. Por isso, Filipe Nyusi exigiu que cada cidadão, família, líder comunitário e autoridades governamentais devem se envolver para evitar a ocorrência de mais casos. O Presidente quer dos nampulenses, incluindo o Governo Provincial, medidas enérgicas para estancar surtos de malária e de cólera. Mas só estes intervenientes não são suficientes. Por isso, Nyusi desafiou o Ministério da Saúde a preparar uma campanha nacional de combate à malária, para o próximo ano, com um plano de acção concreto e que inclua a responsabilização em cada fase de desenvolvimento do programa.
Enquanto a campanha nacional de combate à malária não chega, o Presidente lembrou à população que a prevenção é a melhor maneira de combate, o que deve ser feito com uso devido das redes mosquiteiras e recurso à pulverização. Neste requisito, Filipe Nyusi fez um parênteses para criticar os que recusam abrir as portas das suas casas para os pulverizadores, dizendo que uma casa não pulverizada não só afecta os seus moradores como pode pôr em risco a vida dos vizinhos. Uma parte das pessoas que resiste à pulverização, de acordo com o Presidente da República, alega muita ocupação. Sobre isso, Nyusi foi categórico: “é preciso dar tempo à vida”.
Dos três mil casos de cólera que atinge o país, 1519 ocorrem em Nampula, com cinco óbitos.
Quanto ao hospital a caminho, na percepção de Filipe Nyusi, o lançamento da primeira pedra para a construção da infra-estrutura representa o desenvolvimento do sistema nacional de saúde.