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Transportadores dizem que já não funciona a bilhética electrónica em autocarros

Foto: O País

Na capital do país, há cerca de 400 viaturas de transporte semi-colectivo de passageiros não licenciados. O sistema de bilhética electrónica, introduzido pelo Governo há dois anos, não funciona plenamente nos autocarros públicos, e alguns cidadãos desconhecem a utilidade do cartão Famba.

É um imperativo licenciar os transportadores urbanos de passageiros para aceder, primeiro, à compensação e, depois, ao subsídio e é indispensável o funcionamento pleno da bilhética electrónica, pois só os passageiros que estiverem dentro da bilhética electrónica é que vão beneficiar-se do subsídio que ainda será definido pelo Governo e pelos transportadores.

Para já, o sistema não funciona em certos autocarros e em outros falha, como relatam os transportadores Luís Maculuve e Arlindo Guambe. “Nem as manutenções de rotina são feitas às próprias máquinas. Por vezes, pode funcionar um da frente e o de trás não; outras vezes, os dois podem não funcionar. No meu caso, por exemplo, houve certa vez em que só estava a funcionar o de frente e o de trás não, reportei, disseram-me que iam resolver, mas, até hoje, nada fizeram”, disse Maculuve, cujas palavras foram secundadas por outro transportador: “Já montaram as máquinas, mas algumas já têm problemas, não estão a funcionar”.

A bilhética electrónica será instalada também nos transportes semi-colectivos de passageiros, porém os operadores não sabem como o sistema electrónico funciona. Alcídio Mucavele, que faz o transporte de passageiros na rota Museu-Xipamanine, disse ao jornal “O País” que ainda não teve nenhuma informação: “Não sabemos como e onde é que se monta, nem nada sobre o cartão Famba”.

Cidadãos entrevistados pelo “O País” disseram também não saber nada sobre o “Famba”. Os pontos de levantamento e recarregamento dos cartões, instalados na Cidade de Maputo, estão todos encerrados.

Celeste Moisés, cobradora de um transporte público, diz que poucas pessoas usam o sistema: “Algumas pessoas usavam o cartão Famba, mas, de um tempo para cá, já não usam, porque não mais funciona nos nossos próprios autocarros”.

Há cerca de 1190 viaturas de transporte público de passageiros registadas pelo Município de Maputo, entretanto algumas das quais operam ilegalmente. José Nichols, vereador de Mobilidade e Trânsito, explica que é indispensável o licenciamento para continuar a operar.

“O universo que temos, na Município de Maputo, são cerca de 1190 viaturas, o que significa que há entre 300 e 400 carros não licenciados. Ainda há tempo para o licenciamento de todos os autocarros”, convidou Nichols.

A Agência Metropolitana de Transporte de Maputo tem a responsabilidade de operacionalizar o subsídio ao passageiro e, segundo Armando Bembele, administrador técnico, a instituição estuda, neste momento, todos os aspectos para a atribuição do subsídio.

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