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“Nampula não é capoeira para terroristas recrutarem jovens”

Foto: O País

O Presidente da República diz que Nampula não é uma capoeira para o recrutamento de jovens para as fileiras dos terroristas. Filipe Nyusi falava na última sexta-feira, no distrito de Liupo, depois de inaugurar um tribunal judicial.

Durante a visita à província de Nampula, o Presidente da República disse, de forma insistida, que os terroristas estão a recrutar jovens para engrossar as suas fileiras a partir da capital do Norte.

“Nampula não pode continuar a ser celeiro ou capoeira dos terroristas. Os terroristas não podem ver Liupo e Nampula como capoeira para vir buscar pessoas para irem matar outras”, avançou o Chefe de Estado.

O Presidente referiu, ainda, que “alguns já estão a mobilizar jovens para ganhar dinheiro por enganar pessoas. Um adulto engana uma criança dizendo que terá emprego como pescador. Por que não vai pescar em Quinga, Angoche, Pebane ou Moma? Enganam para um sítio que sabem que há terrorismo. Como é que se pesca num sítio em que uns disparam contra os outros?”.

O recrutamento de jovens pelos terroristas, de acordo com Filipe Nyusi, só pode acabar se se obedecer apenas a um comando.

“Vocês, jovens, estamos a cantar juntos sobre quem comanda. É melhor ouvirem o comando de quem comanda. Não é para ouvirem o comando de quem não comanda porque é perigo para vocês próprios. Parte dos que saíram de Memba não está a voltar. Ninguém sabe onde estão. Vão e ninguém sabe. O dinheiro que estão a receber, com quem estão a ‘comer’? Porque dinheiro bom ‘come-se’ mãe, pai e filhos. Já o dinheiro que se ganha lá, com quem ‘come’ se a família está cá. Ou você está a fugir da família e inventa histórias enquanto está lá (com os terroristas) ”, exortou.

O Chefe do Estado falava, esta sexta-feira, em Nampula, após inaugurar o Tribunal Judicial do Distrito de Liupo, que poderá ajudar no julgamento dos supostos recrutadores. “Ajudem-nos a denunciar, e os que serão apanhados, o seu lugar é aqui no Tribunal. Esses que enganam crianças para irem morrer lá, nós vamos levá-los para virem explicar-nos. Ajudem, porque o país tem que estar calmo para nós nos desenvolvermos”, disse Filipe Nyusi.

Antes da construção do Tribunal Judicial de Liupo, os funcionários da justiça trabalhavam em condições deploráveis, uma vez que os edifícios estavam em ruínas.

“Nós efectuávamos as nossas sessões no tribunal judicial de Mugencual, que é um edifício em estado avançado de degradação. Vezes sem conta, tínhamos que interromper as sessões quando estivesse a chover”, contou Lurdes Chissico, procuradora distrital de Liupo, província de Nampula.

Agora, com o novo tribunal, as condições estão melhoradas. “Este tribunal é um ganho, não só para o nosso sistema judiciário, como também para a população local do distrito de Liupo, porque oferece mais dignidade e poderemos aproximar a justiça ao cidadão”, afirmou Assis Luate, juiz-presidente distrital de Liupo, província de Nampula.

O Tribunal Judicial de Liupo custou cerca de 50 milhões de Meticais e foi construído no âmbito da iniciativa presidencial, “Um distrito, um edifício condigno para o tribunal”.

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