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Municípios de Mocímboa da Praia e Ibo funcionam improvisados por falta de dinheiro

Foto: O País

O Município de Mocímboa da Praia realiza as suas actividades em tendas e contentores, dada a falta de instalações adequadas devido ao terrorismo e às mudanças climáticas. Já no município do Ibo, os funcionários abastecem as viaturas com fundos próprios.

Mocímboa da Praia é um dos municípios mais antigos do país e já tinha infra-estruturas básicas para o funcionamento, mas, com a ameaça do terrorismo, tudo está em ruínas, e o pior de tudo é que “não há dinheiro para reconstrução”.

“Nós ainda estamos a trabalhar nas tendas e em contentores mas, passo a passo, vamos conseguir recuperar. O edifício que era do município está destruído e queremos reerguer uma nova casa, porque aquela já não dá para reabilitar”, disse Helena Bandeira, edil de Mocimboa da Praia.

Além de construir novas infra-estruturas, Mocímboa da Praia precisa de ajuda para reconstruir quase todo o arquivo institucional do município, que desapareceu durante os ataques terroristas.

“Não existe nenhum arquivo. Nós começamos do zero e há certos documentos que levamos para aprovação na Assembleia Municipal e só depois começámos trabalhar.

ós estamos sem computadores. O que temos foi doado pelo PNUD e um tractor também foi doado pelo PNUD, com apoio da Secretaria do Estado. Não temos estatutos, nem regulamentos internos, por isso tivemos esta demora para começar os nossos trabalhos” , acrescentou Bandeira.

Outro município de Cabo Delgado que está numa situação crítica é a histórica vila da Ilha do Ibo, que também não tem fundos para nenhuma actividade.
“Como Município, ainda não temos fundos próprios, mas estamos à espera do Fundo de Compensação Autárquica.”

Até para abastecer as viaturas, o Município não tem dinheiro. Os trabalhos não podem parar porque não temos dinheiro, senão nos tornamos parasitas. Falamos com um e outro que puder ajudar. Os combustíveis, nós adquirimos com meios próprios, mas, quando houver fundo, vamos colmatar o problema”, revelou Issa Tarmamade, edil do Ibo.

Apesar da falta de quase tudo, os presidentes dos municípios do Ibo e de Mocímboa da Praia não estão parados, porém, caso não consigam ajuda, correm o risco de terminar o mandato sem cumprir o plano, muito menos resolver o problema dos cidadãos que votaram por uma vida melhor.

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