Mais de duzentas pessoas continuam até hoje em seis centros de acolhimento na Cidade de Maputo, mesmo após o fim da época chuvosa 2022–2023. Face a esta situação, o Município de Maputo diz que já há terrenos para reassentamento definitivo das famílias, mas não avança data para o efeito.
A época chuvosa 2022–2023 já terminou, mas as marcas da chuva permanecem e vão demorar a desaparecer, visto que ainda há casas alagadas e centenas de pessoas nos centros de acomodação nos distritos municipais de KaMubukwana e kaTembe.
Porque na capital já não há espaços para habitação, o distrito de Manhiça e o de Boane, cederam, cada um, 100 talhões, Matutuine disponibilizou 130 e Marracuene 13 parcelas. Todavia, segundo Alice de Abreu, vereadora de Saúde e Acção Social e porta-voz do Município de Maputo, ainda não ainda se fixou a data exacta para o início do reassentamento, mas prevê-se que seja antes da próxima época chuvosa.
“O mais importante, que está a ser feito neste momento, é coordenar com os locais para onde as famílias vão ser reassentadas. O levantamento que foi elaborado, preliminar – que fique claro que é um levantamento preliminar para a necessidade de reassentamento – está avaliado em aproximadamente 100 milhões de Meticais.”
O modelo de reassentamento ainda não está definido. Alice de Abreu diz que pode dar-se o caso de as autoridades contribuírem na edificação de infra-estruturas básicas, mas outros modelos podem ser estudados.
“O tipo de reassentamento ainda está a ser avaliado e a forma de reassentamento também está a ser avaliada.”
Neste momento, são 167 famílias com prioridade para reassentamento e não será reassentado quem já foi abrangido em processos passados. Quanto aos locais que continuam inundados, não serão mais ocupados. Serão construídas bacias de retenção de água da chuva, valas de drenagem ou espaços verdes.
“Existe um cadastro de todas as famílias que foram reassentadas no passado. Temos esta informação disponível e não vamos reassentar nenhuma família que já tenha sido reassentada no passado.”
Os centros de acomodação ainda activos só serão encerrados com a saída dos ocupantes para o reassentamento. Estes dados foram apresentados, esta sexta-feira, na Cidade de Maputo, no âmbito do segundo seminário municipal de desenvolvimento de acções para redução do risco de desastres e adaptação às mudanças climáticas.