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Mulheres são primeiras vítimas das guerras e ignoradas nos esforços de paz, alerta a ONU

Foto: Dois Níveis

As mulheres continuam a ser as principais vítimas das guerras e sub-representadas nas negociações diplomáticas, apesar de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2000 de protecção das mulheres em conflitos armados e de inclusão em processos de paz.

Na véspera do Dia Internacional da Mulher, que hoje se assinala, a directora da ONU Mulheres, Sima Bahous, fez soar “o alarme” durante um debate sobre “mulheres, paz e segurança” no Conselho de Segurança.

Em 2000, o Conselho adoptou a Resolução 1325 sobre “Mulheres, Paz e Segurança”, texto que “reafirma o importante papel das mulheres na prevenção e resolução de conflitos e em negociações de paz”.

“Nos primeiros 20 anos (…) testemunhámos o início histórico da igualdade entre os sexos. Mas não se alterou significativamente a composição das mesas de negociação de paz, nem se alterou a impunidade daqueles que cometem atrocidades contra mulheres e raparigas”, lamentou Sima Bahous.

Sima Bahous destacou o Afeganistão, onde os talibãs assumiram o poder em Agosto de 2021, como “um dos exemplos mais extremos da regressão dos direitos das mulheres”.

Também citou a guerra na Ucrânia, onde “as mulheres e os filhos representam 90% dos quase oito milhões de ucranianos forçados a partir para outros países”.

Por seu lado, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, instou a comunidade internacional a “implementar plenamente a agenda ‘mulheres, paz, segurança’ à medida que se aproxima o 25.º aniversário da adoção da resolução 1325”, a Outubro de 2025.

À imprensa, a diplomata lamentou “a violência e a opressão enfrentadas por mulheres e raparigas em todo o mundo, como no Irão, Afeganistão, em áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia e em tantos outros lugares”.

Em representação da França no Conselho de Segurança, a secretária de Estado da Economia Social e Solidária, Marlène Schiappa, anteriormente responsável pela pasta da Igualdade de Género, denunciou que “em todas as situações de conflito e crise (…) na Ucrânia, no Iémen, na Somália, as mulheres são particularmente afetadas, se não deliberadamente visadas, pela violência sexual e baseada no género”.

A ONU está a realizar, desde segunda-feira e durante dez dias, a 67.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, um organismo internacional do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, em Nova Iorque.

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