“Mulheres com câmaras” é um workshop organizado pela cineasta e produtora audiovisual Samira Vera-Cruz, de Cabo Verde e Ariadine Zampaulo, cineasta e argumentista, brasileira, com duração de dois dias, em Maputo. O encontro cingiu-se em apresentar e debater sobre o que é ser mulher audiovisual e os desafios de ser uma profissional inserida numa área que é dominada pelos indivíduos do sexo masculino.
A conversa fixou-se em muitos momentos como exemplos de iniciativas positivas de mulheres ao redor do mundo, que estão a buscar melhorias na forma como a Mulher é representada nos produtos audiovisuais.
“Em alguns momentos fui colocada para fazer trabalhos considerados subalternos, enquanto sabia operar uma câmara, mas por ser mulher havia um cepticismo por parte das outras pessoas que trabalhavam comigo” disse Aridiane.
A iniciativa visa reflectir e articular a questão das mulheres no audiovisual na realidade moçambicana, valorizando a presença feminina neste seguimento e na sociedade. De acordo com Aleixo, cineasta e participante do workshop, é importante que as pessoas tenham uma “educação cultural, porque esta parte de casa, não é como a formal que só se tem depois de alguns anos de vida”, é nessa educação cultural que as mulheres aprendem que podem fazer o que quiserem, na área que for interessante para elas.
Para Samira Vera-Cruz, é importante unir mulheres que estão a trabalhar no mundo audiovisual, “talvez juntas possam se posicionar” e não se deixar intimidar pelo preconceito e demonstrar abordagens próprias nas artes visuais.
Em paralelo à programação do encontro, houve uma componente prática de análise de vídeos em curta-metragem e debate em torno dos mesmos. O que permitiu a oportunidade para levantar o debate sobre a posição da mulher no mundo.