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Espero que o MYL seja uma plataforma de encontro e inspiração para jovens moçambicanos. Um espaço físico onde jovens com histórias excepcionais possam partilhar as suas experiências, sonhos e ideias, de modo a inspirar a sociedade a alavancar o desenvolvimento sustentável e inclusivo do país.

Espero igualmente que seja um espaço de debate de ideias entre gerações dos mais jovens e dos menos jovens, de modo a que se possam chegar a acções concretas para mitigar alguns dos desafios que afligem Moçambique, no geral, e os jovens, em particular, como é o caso do desemprego, entre outras. Todos os participantes devem empenhar-se para dar seguimento ao que for discutido no MYL. A iniciativa não pode acabar após o discurso de encerramento, mas sim começar.

O que vai acontecer depois do MYL, com as ideias que forem lá geradas, é que irá determinar o sucesso da iniciativa.  Partilharei a minha experiência de jovem moçambicano líder de uma das maiores empresas multinacionais do mundo.

Darei destaque aos anos passados a estudar e trabalhar fora de Moçambique, mais concretamente em Portugal, Holanda, Angola e África do Sul e as principais lições aprendidas. Os participantes poderão ainda descobrir as minhas experiências de voluntariado a nível global, que permitiram que conseguisse estabelecer no país a maior organização mundial para a liderança jovem, permitindo assim que milhares de jovens moçambicanos pudessem ter acesso a experiências internacionais.

Partilharei histórias da minha carreira profissional numa multinacional, das aprendizagens que consegui obter nos mais de 70 países onde trabalhei e visitei. Falarei das motivações que me fizeram voltar para Moçambique, acreditando que o futuro do país são os jovens.

O MYL poderá ajudar os jovens a descobrir novas oportunidades e perspectivas diferentes, através de histórias inspiradoras de jovens locais.  Partilhando histórias “de jovens para jovens”, vamos apoiar a força criativa e o espírito empreendedor desta geração.

Parceira pela primeira vez do Mozefo Young Leaders, a Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) defende que os espaços de troca de ideias são importantes para o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva. MASC diz que só com a existência de espaços como estes é que é possível haver melhoria de políticas públicas. “De alguma forma, nós consideramos que a juventude é o eixo da construção de Moçambique, por isso é importante a formação de novas lideranças capazes de lidar com os complexos desafios deste país e que reconheçam, neste processo, a construção de valores de igualdade, solidariedade, de responsabilidade democrática, de participação e de justiça social”, afirma Maura Martins, gestora de desenvolvimento de capacidades da fundação MASC.

O MASC espera que a iniciativa Mozefo Young Leaders contribua para o surgimento de lideranças mais jovens. “Esperamos que este fórum seja um espaço de partilha de ideias, espaço de reflexão individual e colectiva que, de alguma forma, fortaleça a participação e contribuição dos jovens no desenvolvimento de políticas públicas e na construção de um país mais inclusivo e sustentável”. Igualdade, participação e justiça social são alguns dos valores da Fundação MASC.

Presidente da comunidade Moz Devz, Abneusa Manuel, é também oradora do Mozefo Young Leaders na sua segunda edição. Dirige uma entidade que lida com o desenvolvimento do uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e vai ao “Young Leaders” para partilhar a sua experiência nesta área. Para já, entende que Moçambique enfrenta o desafio de enquadramento desta temática das TIC nos currículos das instituições de ensino.

“O currículo nas universidades não é tão dinâmico, porque a cada dia que passa surge uma nova tecnologia e os jovens precisam sempre de estar a aprender. Entretanto, não há acesso a esses conteúdos nas universidades. Há, por exemplo, empresas que exigem que os gestores destas plataformas saibam criar aplicações android, mas ainda há universidades que não estão a dar esses cursos”, afirma Manuel, apontado como outro desafio na área das Tecnologias de Informação e Comunicação a legislação moçambicana.

A oradora aponta algumas soluções que os jovens podem seguir sem ter que esperar pelo desenvolvimento de políticas públicas nas universidades. “Primeiro, não se deve desistir. Ainda há muitos desafios. Mas se temos algum sonho, que é de usar a tecnologia para resolver algum problema, não devemos desistir. Segundo, é estar sempre a aprender”, refere.

Milvan Muiuane, um dos oradores do Mozefo Young Leaders, diz haver desafios na qualificação das Pequenas e Médias Empresas (PME) para que possam aproveitar oportunidades nos mega-projectos.

Fundador da empresa MICOMOC, que presta serviços de fornecimento de material de mineração às multinacionais que operam em Moçambique, Milvan Muiuane é um dos convidados para ser orador no Mozefo Young Leaders, na sua segunda edição a decorrer entre 28 e 29 de Novembro. Um orador para uma área que bem conhece. Muiuane vai falar dos desafios e oportunidades das pequenas e médias empresas nos projectos de exploração mineira. “O primeiro desafio, naturalmente, é o pessoal qualifi-cado para poder responder às exigências extremamente elevadas do sector de mineração de petróleo e gás. Em segundo, as parcerias têm de ser muito bem consideradas porque muita das vezes as parce-rias que são feitas com as pequenas e médias empresas beneficiam mais as empresas estrangeiras”, afirma Milvan Muiuane, orador do Mozefo Young Leaders. Muiuane acrescenta que a solução à esses desafios está com os jovens que devem procurar sempre explorar espaços de troca de conhecimentos e de networking. “É preciso darmos tempo-a-tempo, participarmos sempre nas oportunidades que são criadas. É preciso que o jovem acredite que participando nestas conferências é possível ‘furar’ o mercado. É preciso também apostarmos muito na autoformação”, afirma.

Milvan Muiane fundou a empresa MICOMOC há cinco anos. Esta tem já uma representação na vizinha África do Sul. O jovem empreendedor será um dos oradores que se vai juntar a vários outros e a uma plateia de cerca de duas mil pessoas.

A Mozal, que é um dos parceiros da iniciativa Mozefo Young Leaders, defende que a troca de ideias e de experiências é uma forma de aconselhamento e todo jovem precisa deste espaço para crescer.

“Nós aprendemos vendo e ouvindo os que os outros fazem e eu penso que está oportunidade do Mozefo Young Leaders está a servir para que os jovens troquem experiências entre si e possam, de facto, pensar nos desafios da sociedade, que estão a espera dos jovens para inventar à busca de soluções”, disse Mateus Mosse, director de assuntos corporativos a multinacional Mozal.

O responsável pelas relações exteriores da Mozal defende ser oportuno que a juventude tenha oportunidade de trocar ideias, até porque, no seu ver, só partilhando conhecimentos é que a juventude encontra soluções aos desafios da actualidade.

Mateus Mosse deixa um convite à juventude para aderir a este espaço de interação entre os jovens que é o Mozefo Young Leaders.

“Que os jovens acorram ao evento porque é uma grande oportunidade para que eles sejam aconselhados sobre a vida, sobre as suas expectativas e sobre os seus sonhos”, convida Mosse, para depois reforçar que “todos os jovens que fizeram diferença neste país ouviram alguém a lhes aconselhar”.

Mosse defende inovação dos jovens na solução dos problemas e diz que a Mozefo Younge Leaders é uma plataforma que deve ser capitalizada pelo bem-estar da juventude.

Refira-se que a multinacional Mozal é parceira do Mozefo Young Leaders desde a primeira edição do evento.

 

O economista Eduardo Sengo, que será um dos oradores do Mozefo Young Leaders, diz que a juventude só terá empregabilidade se for atrás de conhecimentos, e tal se pode buscar seja na formação, assim como em troca de experiências.

Empregabilidade e Habitação são os principais temas que o economista Eduardo Sengo leva à segunda edição do Mozefo Young Leaders, evento no qual será um dos oradores.

E por considerar que são temas que preocupam a juventude, o economista aponta alguns caminhos que podem ser adoptados, como é o caso da aposta no saber fazer. Entretanto, alerta Sengo, tal saber fazer não se cinge à educação formal. É preciso que os jovens busquem a troca de experiências e participem em eventos. “A solução está com a própria juventude. É preciso que se perceba que a empregabilidade só melhora com a melhoria das nossas habilidades e essas habilidades são adquiridas no nosso dia-a-dia, seja na escola, seja na busca do saber fazer. Hoje em dia temos diversas plataformas digitais, acesso a internet através de telemóvel”, disse o economista, que acrescenta que todas estas plataformas devem ser usadas para o benefício da juventude.

Eduardo Sengo aponta, entretanto, esta empregabilidade como um dos caminhos para lidar com o desafio da habitação. “Em relação à habitação, nós os jovens podemos também contribuir de outras formas. As nossas técnicas usadas na habitação ainda são técnicas consideradas caras. É preciso começarmos a pensar em soluções alternativas”, disse.

Por sua vez, Filipa carreira, jovem empreendedora, admite haver desafios em particular para as mulheres na sua área e partilha a sua experiência. Aliás, defende mesmo que as mulheres precisam de ser persistentes no empreendedorismo. “O meu tema é mais focado na igualdade de gênero e na equidade de oportunidades para jovens. Eu trabalho muito mais com raparigas, então o que eu vou trazer é a minha motivação para engrenar na área do empreendedorismo”, refere, para depois acrescentar que “No empreendedorismo há mais oportunidades de as mulheres ‘vingarem’ porque aí elas são as suas as próprias chefes. Temos muitas jovens que tem capacidades para começar um negócio, só precisam de um pouco mais de coragem”.

Sengo e Carreira irão juntar-se à vários outros painelistas e uma plateia de cerca de duas mil pessoas para partilhar experiências de jovem para jovem, na segunda edição do Mozefo Young Leaders entre os dias 28 e 29 de Novembro corrente.

 

Nesta que é a segunda edição do Mozefo Young Leaders, Emerson Miranda e Ema Soares dão a cara pelo evento, não apenas como simples apresentadores, mas como jovens que querem dinamizar o espaço interactivo da juventude.

“Sendo um desafio para mim, recebi de bom agrado e estou a trabalhar com este projecto a cada dia e vou aprendendo mais a cada dia e o nosso papel, meu e da Ema é de conduzir todos os momentos.

Pretendemos deixar cair o formalismo todo, afinal a juventude aprender, trocar experiências, mas sem formalismos”, disse Emerson Miranda, que considera que esta iniciativa lhe faz crescer como profissional, dado o espaço que tem de lidar com jovens e com eles aprender.

Já Ema Soares espera que a segunda edição do Mozefo Young Leaders vai superar as expectativas, até porque o evento foi preparado ao pormenor para superar o da edição passada.

“A nossa expectativa enquanto apresentadores é poder incentivar para que os oradores convidados consigam transmitir aquilo que o ensinamento para a juventude”, refere Ema Soares.

Miranda e Soares destacam os ganhos deste evento para a juventude.
“A maior vitória nisto tudo vai mesmo para nós os jovens. A juventude é o grosso da população moçambicana e a juventude precisa de se expressar ainda mais. Nós dizemos que a juventude muito reclamava por não haver espaço, por não haver abertura para os nossos sonhos. Há sempre um primeiro passo a dar, uma primeira porta a se abrir e essa plataforma, o Mozefo Young Leaders é uma delas”, argumenta Miranda, reforçado pela co-apresentado do Mozefo Young Leaders, Ema Soares, que defende que “primeiro, tenho a oportunidade de interagir com aqueles que fazem e sabem fazer. Segundo, consigo ampliar a minha perspectiva daquilo que eu quero para o meu futuro, consigo ampliar os meus horizontes e daquilo que eu gostaria que fosse o futuro do meu país, para de participar para o desenvolvimento do país”.

E porque o Mozefo Young Leaders é mesmo para jovens, Emerson Miranda e Ema Soares deixam um convite à juventude para participar activamente no evento e contribuir com soluções para os seus desafios.
 
FSD Moçambique espera que jovens definam suas aspirações no Mozefo Young Leaders
 
Moisés Inguane, director operacional do Financial Sector Deepening, FSD Moçambique, defende que a sua instituição apoia a iniciativa Mozefo Young Leaders por entender que é na juventude onde está o futuro.

“O FSD Moçambique é parceiro desta iniciativa por acreditar que é no jovem que se encontra o futuro. Cabe ao FSD trazer aquilo que são os conhecimentos em torno daquilo que é a construção de uma empresa, na componente financeira”, afirma.

O responsável do FSD entende que esta iniciativa é o primeiro passo para que os jovens comecem a aplicar os seus conhecimentos em seu benefício.

“É um fórum onde esperamos que os jovens possam definir aquilo que são as suas aspirações para o futuro. Vejo jovens empreendedores, jovens líderes”, acrescenta Inguane.

Durante anos viveu e formou-se fora do país e voltou a Moçambique para enfrentar desafios que qualquer jovem moçambicano pode enfrentar. A procura por um emprego. Cantora de renome, Regina Santos diz que teve de se reinventar e saber explorar oportunidades, até porque estas surgem de onde menos se espera.

É esta experiência que Regina Santos espera partilhar aos demais jovens que vão participar do Mozefo Young Leaders, na qualidade de uma das oradoras do evento.

“Estive em países muitos diferentes. Estados Unidos de América e na Inglaterra e em todos há desafios diferentes. Sabia também que mesmo voltando a Moçambique teria desafios. E realmente quando voltei para poder ter emprego foi um desafio”, conta Regina Santos, que defende que só foi possível ultrapassar tais desafios através de busca de oportunidades em eventos que permitissem a troca de ideias, o networking.

“Bater portas, mudar curriculum vitae por várias vezes, estar sempre com várias pessoas, participar de eventos. Muitos eventos são abertos. Num evento como Mozefo Young Leaders, tens a oportunidade de falar com várias empresas. É possível encontrar-se alguém que nem se sabia que tinha alguma oportunidade de emprego”, refere Regina Santos.

A oradora defende que a juventude deve sempre encontrar soluções inovadoras para resolver os problemas com que se possa deparar no seu dia-a-dia.

 

Economista de formação, Tânia Tomé é uma das oradoras da segunda edição do Mozefo Young Leaders. Tomé vai transmitir a sua experiência na área do empreendedorismo, onde está há 20 anos. Para já, defende que é preciso incluir temáticas de empreendedorismo na formação.

Há 20 anos que lida com o empreendedorismo e vai partilhar esta experiência aos mais de 2000 jovens que se espera que participem do Mozefo Young Leaders. Tânia Tomé reconhece haver ainda desafios no empreendedorismo jovem e defende a necessidade de maior valorização dos pequenos empreendedores.

“No nosso país, 98,5 por cento são Pequenas e Médias Empresas, das quais mais de 80 por cento são mesmo micro-empresas, sem falarmos dos 70 por cento do mercado informal. Esses todos precisam ser alavancados”, defende a economista, que argumenta que temos “muitos empreendedores de sobrevivência que no seu dia-a-dia criam, inventam e fazem coisas espectaculares. É preciso que o sistema de empreendedorismo em Moçambique possa buscar e alavancar esses empreendedores de sobrevivência, porque eles existem”.

Uma das saídas que a oradora do Mozefo Young Leaders traz para que haja mais jovens a empreender é a inclusão desta temática na formação das pessoas ainda em tenra idade.

“O empreendedorismo também precisa de ser sustentado. Quando falo de sustentabilidade, quero dizer que não devemos só pensar em nós ou nos jovens de hoje apenas. Temos de pensar em investir nas crianças, com sistemas de ensino que sejam realmente de promoção de empreendedorismo e de promoção de lideranças efectivas, éticas, de unidade nacional e com pensamento de longo prazo”, explica Tânia Tomé, que entende que é assim é que a juventude pode transformar o país, porque “este  é  o efeito transformativo, quando falamos de jovens hoje. Mas se recuarmos até as crianças, vamos perceber que só daqui há 20 ou 30 anos é que vamos conseguir criar a geração de jovens empreendedores”.

A oradora defende, também, que a juventude deve, acima de tudo, acreditar nas suas capacidades. “Os resultados do Mozefo e do Mozefo Young Leaders, em particular, é essa caminhada que estamos a fazer. Não vamos conseguir todos os resultados que queremos hoje, mas estão criados os passos para, através desta plataforma, buscarmos todos esses actores que são importantes neste processo”, disse.

Na área de empreendedorismo, Tânia Tomé tem tido e partilhado experiências em vários países do continente e de fora de África.

 

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