Motoristas de Táxis por aplicativo na cidade e província de Maputo queixam-se de insegurança. Os transportadores falam de dias difíceis, devido a onda de assaltos.
Relatos de assaltos, agressões e roubo de viaturas é o que mais se ouve dos transportadores de táxi por aplicativos, na cidade e província de Maputo.
Um vídeo amador, partilhado nas redes sociais, retrata como um motorista foi assaltado, há cerca de uma semana, depois de ser fisicamente agredido, no bairro Pessene, província de Maputo.
“Temos dentro da viatura esta corda, o pau que eles usaram para poderem dar os golpes, as cordas que usaram para amarrarem as pernas, a corda que usaram para amarrar as mãos, o sangue nas cadeiras. Uma pessoa estava aqui em frente e a outra estava aqui atrás. Seguraram esta corda e amarraram o pescoço dele, juntamente com a cadeira do motorista”.
Não poucas vezes, estes motoristas têm de trabalhar também de noite, deslocam-se para locais distantes e com passageiros desconhecidos.
E porque as queixas só aumentam, consideram a actividade arriscada.
“Hoje em dia, principalmente depois das manifestações, as noites são muito violentas. Muitas das vezes somos roubados as nossas viaturas, com recurso a armas brancas e de fogo. Há colegas que até perderam a vida”.
A Associação dos Motoristas por Aplicativo diz ter registado mais de 30 queixas de assaltos e agressões, este ano, e considera um problema grave.
“Praticamente não existe nenhuma segurança. O passageiro faz um pedido, o táxi vai ao local da recolha e é levado para lugares recônditos, sem iluminação. Quando chegam no destino, já estão lá os comparsas dos bandidos que fazem o assalto. Já tivemos dois motoristas assassinados, vários outros amarrados e roubados os carros”.
Os motoristas lamentam o facto de um simples pedido de viagem poder resultar na perda das suas viaturas ou até em morte.
Outra preocupação é com o surgimento de assaltantes que se fazem passar por motoristas.
Os motoristas contestam também as tarifas cobradas pelo aplicativo e afirmam que as mesmas não correspondem aos quilômetros percorridos durante a viagem, o que torna a actividade insustentável.