O criminalista Paulo de Sousa não tem dúvidas que houve violação dos direitos humanos e fundamentais na morte de Tomás Evaristo Moniz, jovem que foi supostamente torturado com objecto contundente na cela de uma esquadra na cidade da Beira. De Sousa disse ainda que a Polícia deve ser responsabilizada disciplinar e criminalmente.
O corpo de Tomás Evaristo, indivíduo que terá supostamente morrido numa cela, cinco dias depois de ter sido detido pela polícia, indiciado de criminalidade, evidenciam sinais de agressão. O mesmo apresenta ferimentos horrorosos.
A Polícia alegou que o malogrado foi detido num estado debilitado de saúde, mas o certificado de óbito indica como causas básicas da morte, um trauma com agente contundente e líquido fervente, que lhe provocaram feridas em várias partes do corpo, sobretudo nas costas e pernas.
O criminalista Paulo de Sousa disse que o primeiro passo que devia ser dado é aferir o estado de saúde de Tomás Evaristo antes de ser detido para se ter a certeza do mesmo.
Paulo de Sousa não tem dúvidas que as ofensas à integridade física da vítima são resultado de uma acção humana e que as feridas mostram que são queimaduras do segundo grau.
Lembre-se que, durante três dias, a polícia da segunda esquadra pediu paracetamol aos familiares do malogrado, segundo contaram.
O criminalista disse ainda que o serviço de medicina legal deve indicar, com clareza, as causa da morte e os culpados devem ser responsabilizados.
Por outro lado, De Sousa referiu que se efectivamente a vítima morreu enquanto estava sob custódia policial, este facto afasta a população da polícia.
Refira-se que sobre este caso a PGR irá dar outros detalhes na próxima segunda-feira.