A revolta da população da favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, no Brasil, fez-se ouvir depois da operação da polícia que resultou na morte de 24 moradores suspeitos de pertencerem a uma rede de tráfico de droga e um agente. Os residentes da favela, citados pela Euronews, falam de um autêntico massacre.
Flávia Luciana, residente no bairro, conta que um jovem ferido entrou na sua casa e escondeu-se no quarto da filha. A polícia chegou pouco depois e matou o jovem.
A polícia apreendeu todo um arsenal de armas de fogo e granadas e tem uma versão diferente dos acontecimentos – diz que agiu em legítima defesa. Segundo o Delegado Felipe Curi, chefe do Departamento-Geral de Polícia Especializada, “a única execução foi a do agente morto”.
Esta operação foi a mais mortífera da história do Rio de Janeiro, segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense, que faz a monitoria deste tipo de acções e aconteceu apesar do Supremo Tribunal Federal do Brasil ter proibido este tipo de raides, nas favelas, durante a pandemia.
Vários grupos de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, condenaram o sucedido e exigem uma investigação.