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Morgue do HCB regista terceiro caso de troca de corpos em menos de 12 meses

Foto: Diário Económico

Troca de corpos na morgue do Hospital Central da Beira (HCB) gerou, na quinta-feira, desgaste de familiares de uma idosa, que tiveram que adiar a cerimónia fúnebre. Estes queixam-se de desorganização dos gestores locais.

Não é a primeira vez em que a morgue do Hospital Central da Beira regista troca de corpos. Na quarta-feira, o infortúnio abalou familiares de uma idosa cujo corpo caiu nas mãos de uma outra família.

A situação desgastou os parentes da malograda, uma vez que já estavam prestes a realizar a respectiva cerimónia fúnebre. Quando foram à morgue e quando menos esperavam, souberam que o corpo do parente não estava no local.

“Dizem que houve uma falha ao entregar o corpo a uma das famílias que também esteve aqui presente, para seguir à realização do funeral”, disse Filipe Maurício, parente da malograda.

Entre dor e desilusão, Maria de Sousa procurou saber do paradeiro do corpo da sua familiar, mas não encontrava resposta.

“Tramitamos toda a documentação fúnebre, mas disseram-nos que o corpo não está aqui. Para onde foi o corpo, para onde foi?”, questionava Maria de Sousa, em desespero.

E não era para menos. Os familiares queixaram-se de desorganização na morgue do Hospital Central da Beira e pediram responsabilização pelos danos.

“Não irei para casa sem o corpo da minha avó. Queremos justiça”, clamou Isabel Tonela.

Luiz Augusto é viúvo da malograda e não esconde a sua indignação pelo incidente e confessou que a situação atiçou ainda mais a sua dor.

“Quando chegamos à morgue, abrimos aqui e acolá, mas, infelizmente, nunca encontrávamos o corpo da minha esposa e ninguém conseguia explicar o porquê”, desabafou Luiz Augusto.

O vereador da área de Urbanização e Equipamentos, Joaquim Manuel, reconheceu ter havido uma falha na entrega de corpos e garantiu que o Município da Beira vai responsabilizar-se pelo erro.

A família, que recebeu o corpo errado, recusou-se a prestar declarações. Entretanto, o “O País” sabe que é a terceira vez em que ocorre troca de corpos em menos de 12 meses na morgue do Hospital Central da Beira.

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