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Moradores dividem espaço com lixo acumulado na Machava “J”

Foto: O País

Os moradores da Machava “J”, no Município da Matola, estão preocupados com o surgimento de uma lixeira no bairro, o que atenta contra a saúde pública. O problema deve-se à fraca recolha de resíduos sólidos.

Há mais de cinco anos, os moradores do bairro da Machava “J”, no Município da Matola, clamam pela intervenção do conselho municipal, para remover o lixo acumulado nos arredores das residências.

Germano Gonçalves, um dos residentes daquela zona, contou ao “O País” que o lixo é depositado pelos próprios moradores.

“Estamos a viver muito mal, nem sequer sei como é que permitimos que o lixo chegasse a este nível. Só vimos que estava assim e cada vez mais a aumentar”, explicou o morador, acrescentando que a situação tem trazido enormes constrangimentos.

“Uma vez, até que o município mandou um carro para aqui, mas não fizeram nada e voltaram. Passam-se mais de cinco anos, mas nada mais acontece”, disse Gonçalves.

A secretária do bairro da Machava “J” referiu que, por várias vezes, os moradores tentaram ajudar a edilidade, mas “tiramos os pneus nos caminhos para que os camiões tivessem espaço para passar, mas continuamos assim e temo-nos alimentado à rasca”, contou Paulina Mucavel.

E porque nada está a ser feito, o lixo acumulado tornou-se num atentado à saúde pública, tal como disse Julião Cossa.

“A maioria das doenças que afectam as pessoas desta zona resultam desta lixeira. Há muitas pessoas que já tiveram cólera e malária por conta do lixo”, explicou Cossa.

A secretária do bairro Machava “J” afirmou que, com o passar dos anos, o lugar passou a ser preferencial até para deitar fetos e animais mortos.

“Geralmente colocam nados mortos nos sacos e deitam aqui na lixeira. Depois aquilo apodrece e descobrimos porque começa a cheirar muito mal e as crianças facilmente ficam doentes”, disse Paulina Mucavel.

Uma vez que a preocupação é de todos, os moradores procuram soluções conjuntas, mas sem sucesso.

“Queimamos este lixo para diminuir, mas as crianças têm vindo aqui brincar. Num dos dias, uma criança vizinha foi queimada nos seus pés”, relatou Clara Zunguze, moradora no bairro Machava “J” há mais de 15 anos, que ainda se lembra dos anos em que o espaço ocupado pelo lixo servia de caminho para ter acesso à estrada.

Com a aproximação da época chuvosa, o receio é que o cheiro nauseabundo aumente. Por isso, o pedido é só um: “Se houvesse aqui contentores para depositarmos o lixo e depois de algum tempo virem remover, ia valer a pena. Estamos a pedir ao município para vir tirar, estamos cansados”, apelou Paulina Mucavel, secretária do bairro Machava “J”.

O Conselho Municipal da Matola disse que tem conhecimento do problema e prometeu pronunciar-se esta terça-feira.

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