Os moradores do bairro Guachene mobilizaram-se, na manhã de hoje, e bloquearam a estrada que liga o centro da Cidade de Maputo ao Distrito Municipal KaTembe. Os mesmos reivindicavam a criação de uma paragem de transporte de passageiros num local próximo das suas casas.
A indignação que levou ao bloqueio da Estrada Nacional Número 1, entre a Ponte Maputo–KaTembe e a Rotunda, resultou da necessidade de criação de uma paragem de transporte de passageiros, perto das casas dos manifestantes.
Sucede que as autoridades municipais decidiram extinguir a paragem que existia nas proximidades para evitar acidentes de viação.
No entanto, para os moradores de Guacheni, a ocorrência dos sinistros rodoviários não tem nada a ver com a referida paragem. “Exigimos uma paragem. Acontece que, num intervalo de duas semanas, houve um acidente de viação envolvendo dois camiões que não tinham nada a ver com o transporte de passageiros. Depois, eles [autoridades municipais] dizem que tem que se fechar a paragem, nem nos deram satisfações, decidiram mandar a Polícia fechar a paragem. Agora, temos que percorrer cerca de um quilómetro e meio para poder ter acesso à paragem”, disse Rafael, residente daquele bairro.
Durante quatro horas, a estrada ficou fechada, os carros não entravam nem saiam da KaTembe via Estrada Nacional Número Um.
A população, entoando canções, não parava de protestar perante um forte dispositivo de segurança montado.
“Apenas eles só querem eliminar as paragens e a estrada serve para facilitar a vida da população e não para dificultar. Agora, que criem alternativas, para que todas estas populações consigam apanhar o transporte.”
As autoridades procuram soluções para o problema que está a ser levantado na KaTembe, várias propostas estão em cima da mesa e uma delas é a retirada das pessoas que vivem nas proximidades da estrada e a colocação de rede no separador central.
Celso Fulano, vereador do Distrito Municipal KaTembe, avança algumas medidas provisórias: “Encontramos uma solução provisória, para permitir que as pessoas estejam protegidas. Vamos criar condições para que, de forma provisória, a população consiga ter acesso ao transporte de passageiros”.
A Rede Viária de Moçambique (REVIMO), concessionária da estrada, diz que há que estudar uma solução sustentável.
“A ideia é encontrarmos uma melhor solução porque, agora, dizer que encontramos a solução não seria sustentável. É preciso que todas as partes voltem a sentar-se e definir a melhor solução que não vai criar perigos à nossa população”, avançou Estaline Machoche, chefe do Centro de Manutenção.
O que ficou reafirmado é que, em Guacheni, não deve existir paragem, porque o local é impróprio.