Não é só música. As artes plásticas também vão fazer parte de mais uma edição do “Moments of Jazz”. Os amantes da música têm motivos mais do que suficientes para testemunhar o espectáculo de Billy Ocean: os sons não virão apenas das colunas, também serão projectados através de cores.
“Sinfonia I”. Este é o nome da mostra que vai acompanhar as sonoridades do astro mundial que pela primeira vez visita Moçambique e, porque não, as de Fernando Luís e Miguel Xabindza, as vozes que vão içar a nossa “bandeira musical”. O título não poderia ser outro, afinal, chama-se Sinfonia, entre outras definições, a harmonia dos sons ou o cruzamento de instrumentos. Eis a proposta do artista plástico moçambicano P. Mourana em oito grandes telas que estarão patentes no Campus da UEM.
“É um sonho antigo fazer esta ponte entre a música e as artes plásticas, puxar o som para a tela e levar a tela ao espectáculo ”, disse o artista, também consciente de que não deixa de ser um teste ou, se preferirmos, um desafio. A ideia de cantar através do cruzamento de cores é a consolidação do seu amor pela música, sentimento que é partilhado por toda a família. Mais do que gostar, Mourana já aventurou-se pela arte musical noutros tempos. Hoje, o artista prefere mesmo os pincéis. Seja como for, a arte continua fervendo em suas veias.
“Quero ver se as pessoas conseguem sentir a música na tela”, deseja Mourana, embora concorde que a leitura musical é bem mais simples por sempre ter existido. Já a pintura… esta requer algum exercício. Mas esta ligeira inquietação é abafada quando se apercebe que as suas telas serão recordadas do mesmo jeito que as músicas que lá forem exibidas: “Para alguns será algo didáctico e poderão se recordar de uma música ao ver o quadro”.
Pedro de S. Betrufe Mourana, mas a conservatória artística registou-o como P. Mourana. Muito cedo (aos 11 anos) integrou a banda municipal de Inhambane, depois de sair Maxixe, sua cidade natal. Ao mesmo tempo inicia um curso de desenho artístico, mas só em 1976, quando vem a Maputo, consolida a arte de desenho e abandona a música. A sua primeira exposição colectiva deu-se em 1979. A partir desse momento e ao longo de toda a sua dilatada carreira vem abordando temas que exaltam o amor, a mulher, a poesia, a música e outros temas de intervenção social, focalizando assuntos inerentes à valorização do património cultural, à exaltação da diversidade cultural, ao diálogo entre as artes, nomeadamente a pintura e a música, tal como será em mais uma festa trazida pela BDQ Concertos.