Sete meses após a sua nomeação, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do consórcio Telecomunicações de Moçambique – Moçambique Celular (TDM-Mcel), Mohamed Rafique, iniciou com o processo de “optimização” da mão-de-obra das duas companhias de telecomunicações, no âmbito do mandato que tem de as juntar.
Nas sequência, e de acordo com documentos postos a circular, foram exonerados três administradores da empresa Mcel, para além de se ter exonerado e/ou movimentado outros trabalhadores com cargos de chefia da mesma entidade. No que refere aos administradores, cessaram funções Arlindo Mondlane (para área técnica), Cláudio Chiche (para área comercial).
“O Conselho de Administração reitera que os actos de exoneração e nomeações constituem meros actos de reorganização, com vista ao redimensionamento do pessoal e adequação das lideranças aos desafios do momento, no âmbito das mudanças que se estão a ocorrer na TDM/MCEL, com o objectivo da breve fusão entre elas e na sequência das orientações ao Conselho de Administração, pelo accionista maioritário, o Estado”, lê-se numa nota da Mcel enviada para “O País Económico”.
O Conselho de Administração liderado por Rafique Mohamed entende que o mercado das telecomunicações nacionais está cada vez mais competitivo e que os utilizadores demandam tecnologias modernas, o que requer da TDM-Mcel uma melhor actuação para o seu (re)posicionamento no mercado.
“Considerando o facto de o processo de transformação revestir-se de capital importância para o futuro das empresas do ramo de telecomunicações participadas pelo Estado, e atendendo à complexidade da matéria envolvida, é estratégia do Conselho de Administração optimizar os recursos humanos, materiais e activos envolvidos”, avança a nota.
Mais, lê’-se no documento que “este processo prosseguirá com maior dinâmica em 2018, atendendo à necessidade de consolidação das operações das duas empresas, rumo à sua fusão efectiva e nascimento de uma entidade única mais robusta e actuante no mercado de telecomunicações, contribuindo, deste modo, para o desenvolvimento sócio-económico do país”.
A Mcel e as TDM estão em situação financeira insustentável, e nas visitas que o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho de Rosário, efectuou em 2015, foi revelado que as duas companhias telefónicas controladas maioritariamente pelo Estado precisam de injecção financeira para se recuperarem. Só para levantar a TDM já se tinha calculado uma necessidade de 500 milhões dólares.