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Moçambique vai ter seguro soberano contra calamidades 

Foto: O País

O Presidente da República diz que já foi seleccionada a empresa que vai prover seguros contra os efeitos nefastos das mudanças climáticas. Segundo Filipe Nyusi, esta medida vai permitir que o país esteja mais preparado para responder às emergências e garantir melhor capacidade financeira para rápida resposta.

A informação foi avançada pelo Chefe de Estado, esta segunda-feira, durante a sua intervenção por ocasião da cerimónia de entrega do Prémio Nacional de Gestão do Risco de Desastres, Ambiente e Mudanças Climáticas.

Trata-se da primeira edição do prémio nacional, que visa a valorização dos actores sociais, que se destaquem pelas acções positivas em prol do ambiente.

Para o Presidente da República, a existência de um seguro contra as calamidades é uma inovação que deve ser levada a sério por vários actores da sociedade, pois vai permitir a existência de capacidade de reconstrução dos bens perdidos durante as intempéries.

“Neste momento, no âmbito do programa de gestão de riscos de desastres e resiliências, ciclones tropicais e precipitação, o Governo em parceria com o Banco Mundial já contratou uma seguradora para prover o seguro soberano contra desastres naturais, ciclones e precipitação. Naturalmente, este processo vai exigir a alteração da legislação existente sobre seguros no país”, disse Nyusi.

Filipe Nyusi disse ainda que o Governo não consegue responder prontamente a todas as necessidades, mesmo com a ajuda dos doadores, por isso a necessidade da “existência de um fundo que vai aumentar a capacidade de o país prevenir e ou responder prontamente e assim evitar reduzir o número de vítimas humanas e de bens”.

Falando esta segunda-feira, o galardoado, sem avançar detalhes sobre a seguradora já seleccionada, chamou atenção ao sector privado para apostar nesta iniciativa de modo a reduzir os impactos das calamidades, mas também abraçar um novo nicho de mercado (para empresas seguradoras), no entanto estas devem trabalhar com honestidade, transparência e servir aos interesses gerais e não usar a oportunidade para tirar proveito daquilo que chamou de “momento de desgraça”.

 

NYUSI GALARDOADO COM PRÉMIO NACIONAL DE GESTÃO DE DESASTRES

É a primeira edição do prémio e o galardoado é o Presidente da República, que recebeu o prémio promovido pela Revista Banca e Seguros, com o apoio do Governo, através do Ministério da Economia e Finanças e do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD).

Chamado a receber, Filipe Nyusi dedicou o prémio a todos os moçambicanos, por considerar “a resiliência de cada um que foi assolado por intempéries”, mas manteve-se em pé e lutou para reconstruir a sua vida.

Nyusi considerou ainda que esta homenagem é também o reconhecimento do sector privado ao trabalho que as instituições do Estado têm desenvolvido e “os esforços na luta contra os impactos nefastos dos desastres naturais, no continente africano, no geral e em Moçambique, em particular, e pelas bem-sucedidas reformas institucionais”.

Apesar deste trabalho, Nyusi apela ao envolvimento de todos os segmentos da sociedade na busca de financiamento para a redução da vulnerabilidade financeira – principalmente às empresas privadas, pois muitas estão mais centradas em assegurar viaturas e outros bens, mas é preciso apostar mais em seguros contra calamidades.

Nyusi disse mais: “É preciso sermos mais criativos e inovadores na adopção de medidas para a prevenção dos desastres”.

Recorde-se que esta é a terceira distinção do Presidente da República, em menos de um ano, sobre a prevenção e combate às mudanças climáticas.

Em Fevereiro de 2022, foi nomeado, pelo Presidente da União Africana em exercício, Campeão da União Africana para Gestão do Risco de Desastres Naturais. A distinção foi em reconhecimento aos seus esforços de luta contra os impactos dos desastres naturais, sendo que Moçambique foi destaque pela forma como está institucionalmente organizado para lidar com fenómenos naturais extremos e pela sua capacidade de evitar a perda de vida e de bens.

Sete meses depois, isto é, em Setembro do mesmo ano, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) outorgou Filipe Nyusi o título honorífico de Doutor Honoris Causa, por entender que “Chefe de Estado liderou a advocacia frente aos decisores a nível regional e internacional para a implementação de medidas efectivas nos programas de conservação e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”.

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