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Moçambique prepara estratégia sobre economia azul

A exploração de gás ou petróleo em Moçambique não põe em risco a sobrevivência de outros ecossistemas marinhos, segundo defende a consultora contratada pelo Governo para a elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Economia Azul.

Com uma linha de costa de mais de 400 km lineares, Nampula é uma província relevante quando se fala de potencial de desenvolvimento da economia baseada na exploração de recursos do mar e das águas interiores. Teresa Maria Gamito é a consultora contratada pelo Governo, através do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas para elaborar o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Economia Azul e tem uma opinião mais apreciativa da província de Nampula.

“Nampula tem muito potencial em economia azul, começando pelas pescas, com um potencial relacionado com a aquacultura, mas também tem portos – os dois portos de Nacala que são importantes para o país – tem o turismo que também é relevante; tem, ainda, outras actividades relevantes de exploração de recursos minerais; tem potencial para a exploração de gás de maneiras que, do ponto de vista de economia azul, me parece que é relevante.”

A exploração de recursos resolve os problemas de hoje, mas, se não for bem planificada, pode tornar-se um pesadelo para as próximas gerações.

“Podem-se preocupar mais com as populações; pode-se assegurar mais articulação, podem criar mais empregos para as comunidades locais, portanto, há, de facto, muita coisa que pode ser feita e, com isso, conseguimos melhorar, não só a economia do país, como também a qualidade de vida das pessoas. E, na realidade, é com as pessoas que estamos preocupados.”

Para assegurar o equilíbrio entre a exploração dos recursos do mar e a protecção ambiental, o consultor tem a missão de elaborar um Plano Estratégico de Desenvolvimento da Economia Azul que tenha em conta a Política Nacional do Mar e a visão de exploração de recursos como gás e petróleo.

Para tal,  está em auscultação pública para se colher várias sensibilidades da sociedade civil e do sector privado para a elaboração do “draft” que será submetido à apreciação do Governo, na primeira semana de Junho, para a seguir à aprovação fazer-se a elaboração do plano estratégico propriamente dito.

“A exploração do gás, por exemplo, pode ter riscos ambientais, embora cada vez seja mais controlado aquilo que é feito, sobretudo depois daquele acidente, há anos, com a Shell, os cuidados passaram a ser maiores”, sublinhou a consultora, que sustenta que a exploração de gás e petróleo é feita em zonas de mar profundo, em que não ocorrem ecossistemas como recifes de corais ou mangais, pelo que não vê problemas maiores quando bem definido e coordenado.

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