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“Moçambique pode ser rico em diamantes”

A maior empresa do mundo de mineração, processamento e comercialização do diamante acredita que Moçambique é um país rico em diamantes. Esta foi uma afirmação do Presidente da Comissão Executiva da Alrosa, a empresa pública russa de diamantes, Sergey Ivanov depois de ter sido recebido em audiência pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, à margem da cimeira Rússia-África. O executivo disse na ocasião que ainda este ano, a sua empresa vai enviar uma equipa de geólogos que deverão iniciar pesquisas daquele minério na fronteira com o Zimbabwe, país onde já opera a alguns anos.

No entanto, da conversa com o Presidente da República a empresa foi aconselhada a alargar o raio da sua pesquisa para além da fronteira “pensamos que vamos nos focar mais nas áreas que estão na fronteira com o Zimbabwe, mas o Presidente aconselhou-nos a ir além dessas áreas e a nossa equipa vai viajar para Moçambique ainda este ano, e os nossos geólogos vão discutir com o Ministério das Minas das possíveis áreas de cooperação. Temos a certeza de que Moçambique pode vir a ser rico em diamantes e estes diamantes podem ser vendidos e trazer benefícios para a população de Moçambique” disse convicto Ivanov.

Por outro lado, Moçambique quer o apoio russo para aderir ao processo de Kimberley que permite a comercialização do diamante no mercado internacional e esse apoio está praticamente garantido.

“Tenho certeza que mesmo que Alrosa não vá a Moçambique e mesmo se não achar nada, Moçambique pode vir a ser membro do Processo de Kimberley, porque outras companhias trabalham lá e é importante para negociar e vender os diamantes. E isso é uma questão de tempo. E a Federação Russa irá presidir, no próximo ano, o Processo de Kimberley e estaremos prontos para fazer o nosso melhor para que Moçambique venha a ser também membro do processo” acrescentou.

A Alrosa é respnsável por 27% do mercado de diamantes a nível mundial, conta com 40 mil trabalhadores e vale cerca de 7 mil milhões de dólares e é controlado pelo Estado Russo.

 

Para os russos o futuro está em África

Vladimir Putin está convencido de que até 2050 qualquer nação que quer continuar próspera deverá fazer negócios com o continente africano. Pois segundo peritos russos citados por Putin a economia do continente deverá estar avaliada em 29 trilhões de dólares. Esta foi a justificação apresentada pelo líder russo para a cimeira que hoje iniciou em Sóchi e que reúne 43 Chefes de Estado e de Governo africanos, entre eles o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi e o Presidente Russo. Os outros 11 países africanos estão representados a níveis abaixo de Chefes de Estado e de Governo.

O evento iniciou com o Fórum Económico que reuniu os Chefes de Estado com mais de 2 mil empresários russos e africanos. Foi nessa ocasião que Vladimir Putin e Abdel Fatah Al-Sisi, presidente do Egipto e da União Africana discursaram pela primeira vez. Putin disse que o seu país está neste momento a diversificar o leque de produtos que comercializa com a África.

Se antes o negócio era dominado pela venda de equipamento bélico, hoje em dia há diversos tipos de produtos com principal destaque para os alimentares.
Segundo Vladimir Putin, nos últimos anos a Rússia exportou mais de 15 biliões de dólares em armamento e em produtos alimentares. A cifra anda a volta de 25 biliões de dólares. Daí que esse é o grande potencial da economia do seu país. E o Egipto tem sido nos últimos anos o principal destino das exportações de produtos alimentares russos, mas o desafio agora é alcançar novos mercados.

O comércio entre o continente africano e a Rússia, nos últimos 5 anos, rendeu 20 biliões de dólares, entretanto, quer os africanos, quer os russos acham que é pouco e pode ir um pouco além disso. E para tal, o Presidente do Egipto e em exercício na União Africana, Al-Sisi disse ser fundamental investir-se no capital humano em África, onde mais de 60% da mão-de-obra são jovens com menos de 29 anos de idade, mas também nas mulheres. Só assim é que o continente negro vai alcançar as metas definidas pela Agenda 2069 que tirar o continente da pobreza.

A cimeira de Sóchi tem como lema Paz, Segurança e Desenvolvimento. Por isso, para além de discursos, diplomacia e negociações as empresas russas expõem no centro de conferências seus produtos, com especial destaque para máquinas pesadas civis e militares que usam tecnologia de ponta.

Podem ser visto nas exposições locomotivas de variados tipos, viaturas ligeiras e pesadas para variadas utilidades civis, mas há também equipamento militar entre eles aeronaves como caças-bombardeiros Migs da nova geração, helicópteros de combate e de passageiros, viaturas blindadas e sistemas de comunicações avançadas. Este é um dos locais visitados pelo Presidente da República, Filipe Nyusi que na ocasião deixou claro que o seu objectivo não era comprar mas apenas ver que soluções existem no mundo para equipar forças de defesa e segurança e garantir com eficácia e integridade e soberania de Moçambique, um dos grandes desafios do nosso país.

 

 

 

 

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