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Moçambique pode ser hoje eleito membro do Conselho de Segurança da ONU

É hoje que a Assembleia-Geral das Nações Unidas elege os cinco membros não-permanentes do Conselho de Segurança. A eleição vai decorrer às 10 horas de Nova Iorque, 16 horas de Maputo, e espera-se que, duas horas depois, sejam já conhecidos os resultados.

Entre a delegação moçambicana reina muita expectativa, uma vez que só Moçambique concorre para representar o continente africano no Conselho de Segurança, não tendo concorrência de qualquer outro país. A única coisa que Moçambique tem estado a fazer é procurar garantir ter os dois terços mais um voto necessários para se garantir a eleição e não tem que dividir esses votos com nenhuma outra nação.

Para garantir esses votos, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação tem-se desdobrado em conversações com representantes de diferentes nações que terão hoje direito a voto na Assembleia-Geral da ONU. Um desses países é Jamaica e Verónica Macamo manteve uma conversa telefónica com a respectiva chanceler a meio da manhã de ontem. Jamaica prometeu votar em Moçambique, mas também pediu que o nosso país apoiasse a sua candidatura a secretário-geral da Commonwealth numa eleição que vai decorrer brevemente.

Outra garantia de voto obtida ontem veio de Portugal. A mesma foi dada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho, após uma reunião com Verónica Macamo. Portugal está, igualmente, disponível para apoiar Moçambique a cumprir com êxito o seu mandato caso venha a ser eleito. Cravinho acredita que a eleição de Moçambique está praticamente garantida, porque o país goza de prestígio nas Nações Unidas, tem experiência de cumprimento de resoluções do Conselho de Segurança, para além de experiência prática de resolução de conflitos.

O governante português considera que a experiência moçambicana será muito útil para um dos órgãos mais importante das Nações Unidas, não só com a resolução de conflitos internos como também no combate ao terrorismo e a situações de instabilidade causadas pelos efeitos negativos das mudanças climáticas que, nos próximos anos, tenderá a agravar-se no mundo.

Ainda ontem, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação reuniu-se com o seu homólogo do Japão, país que também é concorrente nesta eleição, mas a representar a região asiática e que, igualmente, é candidato único, pelo que Moçambique espera seu voto e vice-versa.

A chefe da diplomacia moçambicana reuniu-se também com o encarregado de Negócios da Missão dos Estados Unidos da América nas Nações Unidas, uma vez que a representante permanente não se encontrava em Nova Iorque.

Os EUA são o quinto membro permanente do Conselho de Segurança de quem Moçambique procurou ter o seu apoio na candidatura, tendo, ao longo da semana, conseguido o dos outros quatro membros permanentes.

 

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FALA À COMUNICAÇÃO

O Presidente da República, Filipe Nyusi, acompanha, hoje, a partir do Gabinete da Presidência da República, a cerimónia de eleição dos membros não-permanentes do Conselho de Segurança, que terá lugar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.

“Após o acto eleitoral, o Chefe do Estado moçambicano vai proferir uma Comunicação à Nação no âmbito da candidatura de Moçambique a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)”, indica uma nota de imprensa da Presidência.

O comunicado de imprensa da Presidência da República lembra ainda que a candidatura de Moçambique tem a chancela da União Africana, na qualidade de organização continental que agrega a vontade dos blocos regionais africanos, entre os quais a SADC, do qual o país é membro.

Caso seja eleito, Moçambique vai ocupar o cargo no biénio 2023-2024, sob o lema “Paz e Segurança Internacionais e Desenvolvimento Sustentável”.

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