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Moçambique perde USD 1,6 mil milhões por ano devido à fome

Dados partilhados pelo Governo mostram que muitos alimentos consumidos no país são pouco nutritivos, o que está a criar problemas crónicos de desnutrição, principalmente em crianças. Por exemplo, cerca de 69% das crianças menores de cinco anos consomem alimentos com falta de vitamina A e são anémicas.

“As deficiências em micronutrientes, em particular a anemia, a deficiência em vitamina A e em iodo, para mencionar algumas, ainda afectam uma grande parte da população moçambicana e contribui para os índices elevados de desnutrição crónica, este último afectando a pelo menos uma em cada três crianças abaixo de cinco anos de idade no país”, disse a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Moçambique.

Diante da situação, o ministro da Indústria e Comércio lançou, esta quarta-feira, a segunda fase da Estratégia Nacional de Fortificação de Alimentos 2023–2027, um instrumento que tem como objectivo proporcionar a 80% da população alimentos mais seguros durante o período.

“Esta estratégia apresenta um plano de acção estratégico que contempla a apresentação e novas abordagens, como a fortificação de farinha de milho para moageiras de pequena escala; a expansão da fortificação para as zonas rurais; a consolidação de modelos de negócios para produtores de sal”, revelou Silvino Moreno, ministro da Indústria e Comércio.

Para tal, já existe um valor a ser usado pelo Ministério da Indústria e Comércio para ajudar as indústrias nacionais a melhorarem a qualidade dos alimentos. Segundo Eduarda Mungoi, coordenadora do Programa Nacional de Fortificação Alimentar, há disponível para a implementação da estratégia pelo menos dois milhões de dólares norte-americanos.

Um dos constrangimentos encontrados na fase 1 da estratégia, que vigorou de 2016 a 2020, é a falta de controlo de produtos sem qualidade, que entram no país. Por isso, o sector privado quer mudanças.

“Por forma a permitir que todo o produto que não cumpra o regulamento de fortificação seja retirado do mercado. O que temos estado a constatar é que os produtos importados têm estado a ocupar uma taxa bastante significativa no nosso mercado e reduz a nossa capacidade de crescimento”, defendeu João Matlombe, um dos representantes das empresas industriais do sector privado.

Segundo a Estratégia Nacional de Fortificação de Alimentos, os produtos básicos a serem fortificados são óleo alimentar, sal, açúcar, farinha de milho, trigo e, nesta segunda fase, pretende-se incluir o arroz.

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